O empresário Romeu Zema (Novo) foi reeleito governador de Minas Gerais no primeiro turno das eleições.
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Nascido em Araxá (MG), Zema tem 57 anos e entrou para a política em 2018, quando foi eleito para comandar o Palácio Tiradentes pela primeira vez. Na esteira de uma onda antipolítica, impulsionada principalmente pelo então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (à época no PSL; hoje, no PL), ele deixou para trás os partidos que, até então, configuravam as duas principais forças políticas do estado mineiro: PT e PSDB.
A reeleição de Zema no primeiro turno destas eleições marca uma nova derrota para petistas e tucanos. Seu principal adversário, Alexandre Kalil (PSD) — aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas — não conseguiu repetir o sucesso de sua campanha nas eleições de 2020, quando foi reeleito prefeito de Belo Horizonte já no primeiro turno. Dessa vez, não teve desempenho suficiente para levar a disputa pelo governo mineiro para o segundo turno.
Kalil chegou a crescer nas pesquisas de intenção de votos na reta final da campanha, mas Zema continuou liderando com folga. Já o candidato do PSDB, o ex-deputado federal Marcus Pestana, não conseguiu sair da lanterna no decorrer da corrida eleitoral.
Apoios na corrida presidencial
Se, em 2018, Zema chegou a adotar o bordão "Bolsozema", em referência a Bolsonaro, apesar de seu partido ter lançado um candidato próprio — o empresário João Amoêdo — para a disputa pela Presidência, este ano o cenário foi diferente.
Em sua campanha pela reeleição, o candidato do Novo evitou declarar apoio a Bolsonaro e afirmou que, por fidelidade partidária, endossaria a candidatura de Luiz Felipe D'Avila (Novo) à corrida pelo Planalto.
"Continuo discordando de boa parte do que o PT faz e discordo também de parte do que o presidente Bolsonaro adota como condução do governo", afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Ganho de patrimônio
Na campanha de 2018, Zema informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter um patrimônio de cerca de R$ 69 milhões. Neste ano, o valor declarado pelo político foi de aproximadamente R$ 129 milhões — considerando a correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o montante seria de cerca de R$ 88 milhões, o que representa um ganho de 46,9% em seu patrimônio nos últimos quatro anos.
Mas, de acordo com Zema, o ganho de patrimônio aconteceu ainda antes do início de seu atual mandato como governador e tem origem na venda, em 2018, de duas empresas que faziam parte do Grupo Zema — e das quais ele tinha participações — para uma companhia de energia francesa.
Antes de entrar para a política, foi presidente do Grupo Zema de 1991 a 2016. Criado por seu bisavô, o conglomerado é composto por empresas de varejo, distribuição de combustíveis, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças.
Desde o início de seu primeiro mandato, em 2018, Zema afirma doar os salários a que teria direito como governador.