O que você acha de pedir carona com auxílio de uma empresa de mapas em vez de recorrer a apps como Uber e Cabify? Pois saiba que há boas chances de que em breve você possa fazer isso: segundo o WSJ.com, o Waze está se preparando para oferecer esse recurso na América Latina. A cidade de São Paulo deverá ser um dos principais mercados.
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A função de caronas (carpooling) do Waze começou a ser testada em maio de 2016 em San Francisco. Meses depois, o serviço chegou a Israel. Agora, o plano é levar o serviço a outras cidades dos Estados Unidos e à América Latina. Outras regiões não foram descartadas, mas só devem ser atendidas em fases posteriores.
Ainda que o Waze Carpool, como é chamado, possa fazer frente a empresas como Uber e Cabify, o serviço tem uma proposta diferente. A ideia é permitir que o usuário que estiver indo ao trabalho, por exemplo, possa oferecer caronas para pessoas que vão à mesma região.
É, basicamente, uma forma de aproveitamento remunerado do espaço ocioso do veículo. A pessoa que aceita a carona paga um pequeno valor que pode ser usado pelo motorista para cobrir ao menos parte dos gastos com combustível e manutenção do carro.
Um dos desafios para a implementação desse tipo de serviço é justamente a definição do valor a ser cobrado. Tem que ser vantajoso para todos os lados: se muito caro, o serviço pode não atrair passageiros; se muito barato, pode não ter adesão de motoristas. Nos Estados Unidos, o valor cobrado é de US$ 0,54 por milha, mas o CEO do Waze, Noah Bardim, já considera aumentar essa tarifa em 15% para que haja mais pessoas dispostas a dar carona.
Em lugares como São Paulo, um serviço como o Waze Carpool faz bastante sentido. Se você parar em qualquer ponto movimentado da cidade por alguns minutos, verá que a quantidade de carros circulando apenas com o condutor é grande. Dá inclusive para imaginar uma iniciativa como essa ajudando a reduzir congestionamentos, pois, teoricamente, mais gente optaria por deixar o carro em casa para pegar carona.
Mas não é tão simples assim. Do ponto de vista técnico, o Waze Carpool pode até funcionar bem, mas será que os motoristas estarão realmente dispostos a aceitar estranhos em seus veículos? De igual forma, haverá gente disposta a aceitar caronas de pessoas que estão apenas compartilhando o carro, não prestando serviço profissional de transporte?
Questões como essas são pertinentes porque o Waze Carpool atua como uma ferramenta de intermediação. Nesse sentido, será difícil obter retorno da empresa caso haja problemas com algum motorista ou passageiro, até porque o Waze não deverá cobrar nenhum tipo de tarifa pela prestação do serviço.
De qualquer forma, espaço para esse tipo de serviço há. O Waze Carpool pode mesmo virar realidade em São Paulo e outras cidades brasileiras, portanto. Mas, por ora, o assunto está sendo tratado com discrição. Ainda não há informação sobre quando e se testes no Brasil irão realmente começar.
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