Atualizada às 16h57
Após dois dias de buscas, a notícia trágica foi dada no iníco da noite dessa segunda-feira, 14. O corpo do jovem Walmir de Araújo Silva, de 33 anos, foi localizado em um trecho da praia de Feliz Deserto, no Litoral Sul de Alagoas. Familiares e amigos participaram do velório, bem como do sepultamento do corpo de Walmir, na cidade de Capela, na Zona da Mata do Estado.
O mergulhador estava desaparecido desde o início da tarde de sábado, 12, quando sumiu durante pesca submarina a 12 quilômetros da costa, entre a Barra de São Miguel e a praia de Lagoa Azeda.
O corpo foi encontrado por um pescador na praia de Feliz Deserto, próximo a uma pousada, aproximadamente às 16h30. "O homem foi encontrado com roupas de mergulho, e tem as características de Walmir", disse a polícia ao TNH1.
Cerca de duzentas pessoas entre familiares e amigos de Walmir foram prestar as últimas homenagens ao mergulhador. Entre as mais emocionadas estava a esposa, Érica Araújo. Em lágrimas, ela lamentou os perigos da pesca submarina, porém lembrou que o marido tinha verdadeira paixão pelo esporte.
"Nós sempre avisávamos a ele dos perigos desse mergulho, pra ele ter cuidado. Antes de ele desaparecer, os amigos me falaram que ele já tinha pescado dois peixes, e partiu em busca de um terceiro, talvez por estar se sentindo muito à vontade. Ele era apaixonado pelo esporte, apesar dos riscos. Está sendo uma tristeza muito grande, estamos destroçados. Peço a Deus que nos dê forças para continuar, pois tenho o nosso filho pra cuidar", disse.
Amigos próximos, como Miguel Júnior, também estavam bastante emocionados. "Perdemos um amigo de pesca, mas também um irmão, um cara que estava sempre animado e gostava muito do que fazia. Infelizmente ocorreu essa fatalidade".
Autoconfiança
No sepultamento, amigos de Walmir dizem que o mergulhador foi vítima de autoconfiança, comum quando se tem muita experiência em mergulho. Segundo um dos integrantes do "Pesca Sub Alagoas" - grupo de mergulho criado em 2013 -, o qual Walmir participava, todos eles passaram por treinamentos específicos de segurança para a melhor prática do esporte. Porém, ressaltaram os perigos que o mar oferece.
"As vezes pensamos que dá para ficar um pouquinho a mais, porém esses segundos podem ser fatais. Ele foi vítima de uma espécie de autoconfiança, talvez porque ele sempre foi um cara exemplar na água. Infelizmente, o mar não perdoa até mesmo os pequenos descuidos", alertou.
"Pescamos no tipo gangorra, onde um desce e outro fica vigiando. Sempre seguimos as regras de mergulho, que pedem pra respirarmos em superficie sempre o dobro do tempo que passamos embaixo d"água. Muito provavelmente o "apagão" que ele sofreu foi por não ter seguido a orientação no momento. Infelizmente o mar não dá uma segunda chance", lamentou André Albuquerque. Ele estava com Walmir durante o mergulho e foi quem ajudou a achar o arpão utilizado na pesca.
Recompensa
Quando saiu para mergulhar, Walmir Araújo carregava acoplada a mascara uma câmera de ação, que era utilizar para filmar toda a pesca. Segundo os amigos, era comum ele carregar consigo o equipamento. Porém, quando o corpo foi achado em Feliz Deserto, nem câmera, nem mascara estavam no local. De olho nas imagens registradas, os amigos colocaram uma recompensa para a pessoa que a encontrar.
"Imaginamos que a câmera estivesse próxima a ele, pois estava presa à mascara. Estamos oferecendo uma recompensa de R$ 4 mil pra quem a encontrar. O valor é muito superior ao que ela foi comprada, mas as imagens são muito valiosas para nós. Não só porque vão poder explicar o que de fato aconteceu, mas também para alertar os outros mergulhadores", argumentou Gustavo Moura, outro amigo de Walmir.
Outro caso
Em abril de 2006, o surfista profissinal e vereador por Barra de São Miguel, Kayan Malta Porto, de 30 anos, morreu em condições semelhantes. Ele desapareceu quando mergulhava com amigos, a 16 quilômetros da costa, entre a Barra de São Miguel e a Praia do Francês. O corpo foi encontrado no dia seguinte, em alto mar, numa área frequentada por mergulhadores, conhecida como Dragão, no Litoral Sul de Alagoas. Ele era considerado um dos melhores mergulhadores de Alagoas.
Walmir Correia de Araújo pescava de mergulho com quatro amigos quando sumiu (Crédito: Cortesia) Walmir Correia de Araújo pescava de mergulho com quatro amigos quando sumiu (Crédito: Cortesia)
Walmir estava desaparecido desde sábado (Crédito: Reprodução / Redes Sociais)
No sepultamento, amigos de Walmir dizem que o mergulhador foi vítima de autoconfiança (Crédito: Henrique Pereira / TNH1)
Arpão de Walmir, encontrado logo após seu desaparecimento (Crédito: Henrique Pereira / TNH1)
Sepultamento ocorreu em Capela (Crédito: Henrique Pereira / TNH1)
Familiares prestam homenagem durante o enterro de Walmir de Araújo (Crédito: Henrique Pereira / TNH1)
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