“Eu vou passar por tudo isso de novo, vou viver tudo de novo”, disse Edijane Gonçalves da Silva, mãe de Joyce da Silva Alves, de 22 anos, encontrada morta em fevereiro deste ano, em uma área de mata no bairro Cidade Universitária. Ela se refere às audiências de instrução do caso. Na tarde desta terça-feira (6), a Justiça ouviria testemunhas sobre o crime, mas uma testemunha de acusação não compareceu. A audiência foi remarcada para o próximo dia 27 de setembro, às 8h30, na 7ª Vara Criminal da Capital.
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Joyce da Silva teria sido morta por ter feito um gesto associado a uma facção criminosa, em uma festa para onde foi convidada por uma amiga da igreja. De acordo com a polícia, ela foi torturada por aproximadamente seis horas, estuprada, teve o cabelo cortado com um estilete e o rosto desfigurado por pancadas. Seis pessoas chegaram a ser presas e dois adolescentes foram apreendidas após o crime, inclusive Maria Mariá Araujo Epifanio, 22 anos, a amiga que a convidou para a festa.
Dona Edijane, que conversou com o TNH1 na manhã de hoje, disse que espera que a Justiça marque para logo o julgamento das pessoas acusadas de participação na morte da filha, e afirmou que a família vai comparecer hoje ao Fórum de Maceió, onde ocorre a audiência.
“Espero pelo júri popular para ter sentença pra esses monstros. Eu vou passar por tudo isso de novo, vou viver tudo de novo. Os primos da minha filha e minha família toda devem ir comigo ao Fórum hoje a tarde, mesmo não podendo entrar, mas vão me acompanhar lá”, revelou
Processo na Justiça
De acordo com o site do Tribunal de Justiça de Alagoas, além de Maria Mariá, estão presos Clécio Gomes Barbosa, Elton Jhon Bento da Silva, Jullyana Karla Soares da Costa, Lady Laura Rodrigues Paulino. No site, consta ainda que Severino José da Silva Filho foi indiciado pelo crime, mas não é classificado como réu.
A mãe da vítima diz que uma das pessoas presas pelo crime está cumprindo medida cautelar por ter apresentado um atestado médico. “Eu estou indignada que uma das pessoas que foi presa por participar da morte da minha filha está solta usando uma tornozeleira. Segundo o que a gente soube, ela teria apresentado um laudo médico que atesta insanidade. Se foi assim, por que ela não está no manicômio judiciário?”, questionou.
O caso tramita na 7ª Vara Criminal de Maceió, que tem como titular o juiz Sóstenes Alex. A reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) para confirmar que os réus do processo estão presos, mas ainda aguarda resposta.
A advogada de Jullyana Karla Soares da Costa e Lady Laura Rodrigues Paulino, Mary Any Vieira Alves, informou que na audiência de hoje as clientes dela deverão apresentar a defesa e relatar a participação de ambas no caso. “Elas participaram na parte onde se bateu, cortou cabelo, raspou sobrancelha, mas não participaram do evento morte. Isso foi confessado pelos dois rapazes”, afirmou a advogada.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado Marcelo Barbosa Arantes, que atua na defesa de Clécio Gomes Barbosa, Elton Jhon Bento da Silva e Maria Mariá Araujo Epifanio, e com Severino José da Silva Filho.
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