Polícia

Violência entre torcidas organizadas: polícia investiga espancamento de jovem em Maceió

TNH1 com TV Pajuçara | 03/08/23 - 14h58
Montagem TNH1

A Polícia Civil de Alagoas já iniciou as investigações sobre o espancamento de um jovem, torcedor do CRB, na noite dessa quarta-feira, 2, nas proximidades do bairro Ponta da Terra. Segundo o delegado Lucimério Campos, tudo indica que trata-se de mais um caso de violência entre torcidas organizadas em Maceió. 

*CORREÇÃO: Inicialmente, o TNH1 informou que o crime teria ocorrido nas proximidades da Avenida Doutor Antônio Gomes de Barros, em Jatiúca. O delegado confirmou à reportagem que o caso, na verdade, ocorreu em Ponta da Terra. A informação foi corrigida às 17h57. 

Em entrevista ao Fique Alerta, nesta quinta-feira, 3, o delegado afirmou que está tratando o caso inicialmente como tentativa de homicídio. Não há informações se a vítima vestia a camisa do CRB, ou de algo ligado ao clube que torce, no momento das agressões, como também ainda não foi identificado se a autoria do espancamento foi de integrantes da torcida rival, no caso, do CSA.

"Nós já iniciamos as investigações hoje pela manhã. Tão logo tomamos conhecimento do fato, a Polícia Civil designou uma equipe para acompanhar. Trata-se, a priori, de uma tentativa de homicídio, tudo indica mais uma vez que estamos nos deparando com uma situação de violência decorrente de torcidas organizadas dos grandes times do estado. Ocorrência de gravidade que nos coloca em atenção para essa modalidade criminosa que estamos enfrentando no momento aqui na capital".

"Tudo indica que o espancamento que essa vítima sofreu, que está em estado grave, tem relação com essa guerra que eles provocam entre si. Na verdade, estamos tratando de bandidos, pessoas perigosas, que não têm vínculo algum com os times, com os torcedores de verdade. São pessoas que usam das camisas dos times para provocar depredação de patrimônio público e agressão às pessoas, muitas vezes de forma gratuita", disse o delegado Lucimério Campos.

A respeito do acionamento da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sobre o caso de violência registrado na antiga Avenida Amélia Rosa, trata-se de um outro caso, que inicialmente não tem ligação com brigas de torcidas. 

Caso semelhante ao do torcedor Pedro Lúcio - De acordo com Lucimério Campos, o modo de agir dos criminosos foi parecido com o caso do torcedor do CSA Pedro Lúcio dos Santos, que morreu no dia 7 de maio após não resistir a ferimentos causados por espancamento provocado por membros de torcida organizada rival. Semana passada, inclusive, dois adolescentes foram apreendidos nos desdobramentos das investigações sobre o homicídio. Doze pessoas foram indiciadas pelo assassinato e mais da metade já foi detida durante os meses de investigação.

"Essas informações são preliminares, tudo indica que a pessoa agredida estava trajando uma camisa de time de futebol de um dos times da capital e foi espancada, de forma grave, por outro grupo com o modus operandi semelhante ao praticado contra o torcedor Pedro Lúcio. Só que agora por um grupo rival. Existe no estado hoje um grupo de trabalho que acompanha esses casos de violência. Fato é que, havendo ou não o envolvimento de torcidas organizadas, iremos fazer a investigação e responsabilizar as pessoas. Mas, principalmente em relação às organizadas, estamos preocupados e decididos a agir contra essas pessoas travestidas de torcedores, são verdadeiros criminosos que estão tentando tirar a paz da sociedade. Mas o Estado é maior e vamos agir firmemente, assim como agimos em relação àqueles que atentaram contra a vida do Pedro Lúcio".

 As câmeras de segurança na região de onde ocorreu o crime em Ponta da Terra serão analisadas pela polícia. "Sendo elas encontradas, serão usadas na investigação. Inclusive, para mostrar à sociedade e à imprensa. Porque os poderes constituídos têm que reagir de forma uníssona contra esse tipo de violência, que assusta a população. Nossa função é trazer a paz aos estádios e às ruas". 

Crimes longe do estádio - Na visão do delegado Lucimério Campos, o trabalho da Secretaria de Segurança Pública tem sido controlado dentro do estádio Rei Pelé, mas as facções têm procurado agir em locais distantes desde então. 

"É feito hoje um trabalho com a promotora do Juizado do Torcedor, junto à Polícia Militar, tem havido avanço em relação a isso, o controle da violência dentro do estádio tem sido bem feito por esses órgãos e instituições. Ocorre que eles estão agora buscando outros espaços. Eles estão saindo do perímetro da praça esportiva e procurando pessoas a esmo, o que é um risco ainda maior. Essas ocorrências que estão agora transmudando para essas tentativas de homicídios, depredação de patrimônio público, fora daquela praça esportiva, é o nosso novo objeto de monitoramento por esse grupo de trabalho que falei". 

"O que o Estado não pode é ficar escravo de um grupo de criminosos que ocupam sedes de torcidas organizadas, vinculadas a times de futebol que não têm relação com isso e nem querem ter, e passem agora a procurar pessoas na rua que estão vestindo uma camisa de time de futebol e passem a correr risco. Esse tipo de ação vai ser duramente coibida pela Segurança Pública", concluiu o delegado.