O presidente Temer decidiu revogar nesta quinta-feira (25) o decreto que determinou a ação do Exército nas ruas de Brasília para conter a violência que aconteceu durante a marcha de ontem (24). O decreto valeria até o dia 31 de maio, mas com a situação sob controle e após críticas da oposição no Congresso e alguns juristas, o governo decidiu suspender a medida.
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Ministro da Defesa, Raul Jungmann, falou da decisão em entrevista coletiva. Assista no vídeo abaixo:
A revogação do decreto, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, foi discutida pelo presidente Michel Temer em uma reunião com seus interlocutores mais próximos: os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Raul Jungman (Defesa) e General Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional da Presidência).
A decisão de usar as Forças Armadas foi anunciada por Jungmann na tarde desta quarta-feira, as Forças Armadas recebiam poder de polícia até o próximo dia 31. A decisão de decretar a chamada GLO (Garantia de Lei e Ordem) só pode ser feita por ordem expressa do presidente em caso onde há esgotamento dos órgãos de segurança pública.
Apesar das críticas, em entrevista nesta quinta, o ministro da Defesa Raul Jungmann considerou o decreto "um grande acerto do governo". E já havia adiantado que a decisão poderia ser revogada.
— Se o comandante da área, general Ferreira Gomes, informar que estamos em tranquilidade, que não existe nenhum foco de resistência, que não existe possibilidade de retornar ao clima anterior, obviamente daremos a sugestão ao presidente que seja revogada.
Protestos
O ato em Brasília, que pedia a renúncia do presidente, terminou com pessoas feridas, prédios depredados, pontos de ônibus destruídos, fogo ateado em banheiros químicos e manifestantes presos. Até a noite desta quarta-feira, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal não havia informado o efetivo usado pela polícia. Números oficiais indicavam 49 feridos, entre eles, um por arma de fogo, confirmado pela secretaria.
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