Por Paulo Victor Malta
A classificação histórica do Clube de Regatas Brasil à final da Copa do Nordeste começou com o técnico Daniel Paulista inflamando o elenco na preleção antes da semifinal com o Bahia. Resultado? Aplicação tática consistente ao longo dos 90 minutos e a classificação emblemática nos pênaltis, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
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O Alvirrubro empatou sem gols no tempo normal e bateu o Bahia por 8 a 7 nas penalidades. O adversário da final do Nordestão é o Fortaleza, que despachou o Sport na Arena de Pernambuco.
"Agora, quero relembrar para vocês o que disse ontem: o jogo de hoje vai ser ganho pela nossa aplicação tática no momento de defender. Isso não significa que a gente ter aplicação tática no momento defensivo, na hora que tiver que defender, que tiver que marcar, não significa que a gente vai botar a bunda lá atrás e ficar esperando, jogando por uma bola. Não é isso. É marcar pra cara#$* em todos os setores do campo", discursou Daniel.
O CRB foi cirúrgico nos blocos de marcação desde o ataque, com Anselmo Ramon, Léo Pereira e Facundo Labandeira ajudando na marcação ao acompanharem os laterais e a saída de jogo do Tricolor de Aço. Gegê, João Pedro e Falcão também tiveram missão especial ao combaterem Caio Alexandre, Jean Lucas e Everton Ribeiro. Cauly e Thaciano também ficaram na armadilha dos meias regatianos ao lado de Fábio Alemão e Saimon na zaga. O sistema se sustentou mesmo com as substituições ao longo da decisão.
"Na hora que o time estiver em bloco alto, fazendo pressão lá em cima, é todo mundo fazendo a sua parte bem feito, concentrado, ligado. No momento que tiver que ser defensivo em bloco baixo, também. Já está provado: o time deles não gosta de time que fica mastigando os caras. Quando falo mastigar, não é para vocês chegarem e darem entrada desleal, não. Mas é aquele time que o cara domina, você vai lá e já está pisando no tornozelo dele. É chato, é foda! E é isso que vamos precisar fazer hoje, vamos precisar marcar pra cara#$*. Marcar pra cara#$*! Desde o Anselmo que está iniciando até o próprio Matheus lá atrás, é atenção a 1000%", cobrou o treinador.
Sem Getúlio, Raí e Jorge inscritos no Nordestão, o Galo não contou também com Willian Formiga e Jorginho, lesionados. Com muitos desfalques e diante de um time com orçamento milionário, Daniel focou as ações principalmente na marcação. As duas chances mais perigosas que o Bahia teve surgiram de erros de passe do goleiro Matheus Albino, uma em cada tempo. A primeira, com Jean Lucas, parou no travessão regatiano. A segunda, com Cauly na cara do gol, foi para fora. O goleiro se redimiu pegando cabeçada perigosa de Santi Arias no final e fechando a meta no pênalti batido por Caio Alexandre. Foi o herói da classificação.
"Atenção em todos os detalhes. Atenção naquilo que já mostramos. Dos gandulas jogando a bola rápida para reiniciar o jogo, tanto em falta quanto em lateral. É ter atenção durante o jogo o tempo inteiro. Se concentra e se foca nas ações de dentro de campo. O que está acontecendo fora não tem controle, a gente não controla. A gente controla aquilo que está acontecendo dentro de campo. E lá no campo, são sempre 11 contra 11, não tem nada diferente. É um time contra o outro. Um ser humano contra outra e disputa de confrontos. É só isso. Confiem, acreditem e vamos para o jogo!", finalizou Daniel Paulista na preleção.
Em 1994, o CRB foi vice-campeão da Copa do Nordeste. Na ocasião, o Galo foi vencido pelo Sport, que ficou com a taça. Desta vez, o time alagoano espera fazer diferente e conquistar o título inédito para o clube. Após 30 anos, o Regatas está de volta à final. A decisão será em dois jogos que estão marcados para os dias 5 e 9 de junho. A ordem dos confrontos foi determinada pela campanha dos finalistas, e como o CRB teve melhor desempenho que o Fortaleza, decidirá o título em casa.
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