A família de Késia Ferreira, uma mulher de 26 anos, acamada após ser diagnosticada com câncer no cérebro, precisou fretar uma ambulância e a colocar em uma maca para buscar atendimento em uma agência do INSS, no bairro de Jatiúca, em Maceió, nessa terça-feira, 10. Os parentes da paciente alegaram que a perícia médica havia sido negada anteriormente e precisaram tentar o procedimento de forma presencial, em busca da aposentadoria dela.
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As imagens repercutiram nas redes sociais. Veja abaixo:
De acordo com o que foi passado pela família, a mãe esteve anteriormente na agência com uma procuração assinada pela filha, mas o documento não foi aceito. Também foi solicitada a presença de uma equipe na casa de Késia, para a perícia médica, porém a equipe não compareceu.
Stephannie Ferreira, irmã da mulher acamada, conversou com o TNH1 na manhã desta quarta-feira, 11, um dia após o episódio na fila da agência, e deu detalhes da luta da família para conseguir a aposentadoria para a moradora do Conjunto Village Campestre.
"A gente tinha solicitado a perícia na nossa casa, enviamos a documentação, tudo certinho, para comprovar a situação que minha irmã vive, e que não tem condições de se deslocar para uma agência. Isso foi em julho. Mas aí eles não foram na nossa casa, e ainda colocaram como indeferido, por não ter tido o comparecimento. Depois entramos novamente com uma nova marcação e aí tivemos que fazer toda essa mobilização para que minha irmã pudesse finalmente ser atendida", disse.
"Mobilizou meu pai, minha mãe, meus irmãos... Só de ambulância que fretamos, gastamos 250 reais. Fora outros gastos que a gente vai ter que arcar. Tivemos que sair da nossa casa para irmos nessa agência na Jatiúca. Não basta a dor com a situação da minha irmã, ainda passamos por esse constrangimento", continuou a irmã de Késia.
A irmã relatou ainda que recebeu a solidariedade das pessoas presentes no local, mas que também teve quem não cedesse o lugar para Késia. "Na agência, tudo foi resolvido, graças a Deus. O atendimento foi ótimo, e disso não tenho do que me queixar. Algumas pessoas na fila, inclusive, foram solidárias, mas outras não, não quiseram dar lugar. Mas graças a Deus foi rápido. Felizmente agora temos acesso à aposentadoria. Só precisamos ir no banco resolvermos algumas questões".
O TNH1 tentou contato com o Ministério de Previdência Social, responsável pela perícia médica, mas até a publicação da matéria não obteve resposta. O INSS confirmou que o procedimento é de responsabilidade da Previdência Social.
Direito de acamados e hospitalizados - Uma lei assegura pessoas acamadas, sem possibilidade de locomoção ou hospitalizadas, de não precisarem ir até agência, e que é papel do INSS ir até o segurado.