Imagens de uma câmera de segurança mostram a chegada à residência do empresário Edson Lopes, que se envolveu em um acidente atropelando e matando a militar Cibelly Barboza Soares. O marido dela ficou em estado grave. Após o acidente, testemunhas e o delegado do caso chegaram a relatar que o motorista estaria embriagado.
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"As imagens do atropelamento e vídeos feitos após o casal ser atropelado confirmam os rumores de que esse condutor estaria embriagado. Também há relatos de que ele estaria ingerindo bebida alcoólica momentos antes do acidente, em um estabelecimento da cidade. Também temos a informação que esse condutor é um empresário que reside e trabalha na cidade de Arapiraca", relatou o delegado no último dia 16.
A família de Edson, no entanto, nega que ele estava alcoolizado. Veja nota nesta reportagem.
No vídeo (assista abaixo), o empresário, que traja uma camisa branca, calça escura e um chapéu, desce do carro e anda cambaleando até a calçada. Ele estava como passageiro do veículo. Não há informações de quem seria o motorista.
O caso aconteceu no sábado, 14, em um trecho da rodovia AL-220, em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, quando o casal de policiais militares fazia ciclismo e foi atropelado.
A família dele se pronunciou nesse domingo (22), após internautas o acusarem de aparentar estar alcoolizado. Em nota, eles negam que ele teria bebido antes do acidente e dizem que ele possui diagnóstico de hipertensão. “No momento da colisão, ele passou mal em virtude de alteração de sua pressão arterial. Desta forma, as imagens veiculadas na imprensa neste domingo (22) nada têm a ver com qualquer indício de ingestão de bebida alcoólica, mas sim dos problemas de saúde que o acometem, e, ainda, reflexo do choque que ele sofreu após o inesperado acidente", afirma a família do empresário.
Os familiares finalizam dizendo que Edson não é assassino e que o atropelamento foi uma fatalidade. "Nosso Edson é um cidadão de bem, honesto, trabalhador. Não é um assassino e não agiu de forma deliberada jogando o carro que dirigia em cima de quem quer que seja. O que ocorreu foi uma fatalidade que pode atingir qualquer pessoa que dirige um veículo.”
A filha do empresário, identificada como Taiane Lopes, também se pronunciou nesse domingo (22). A mulher, que é enfermeira e diz trabalhar na emergência há mais de 10 anos, afirmou que esteve junto às vítimas desde o início do atropelamento. "Meu nome é Taiane, sou filha de Edson Lopes, vim aqui me solidarizar com a família das vítimas, em especial com a família da Cibely. Gostaria também de dizer que estamos em constante orações, pedindo a Deus a todo momento que dê forças a vocês, nós não conseguimos mensurar o tamanho da dor que vocês estão sentido", iniciou ela.
Taiane aproveitou para dizer que a omissão de socorro não procede. "Foi prestado socorro, sim. Na hora que ocorreu o acidente, meu pai estava totalmente desnorteado. Eu estava com ele. Almoçamos juntos, passamos a tarde juntos em família. Na volta para casa foi quando ocorreu essa fatalidade. E eu pude ajudar ativamente no socorro às vítimas. Do início, no local, até o hospital".
"Sou enfermeira há mais de 12 anos, trabalho no Hospital de Emergência há mais de 10 anos. Fiquei, como eu disse, no início do ocorrido, inclusive, coloquei o colar cervical no policial, enquanto a equipe estava dando uma atenção maior à Cibelly. Fiquei com as vítimas do início até chegada no hospital de emergência", disse ela.
A Justiça de Alagoas pediu a prisão temporária do empresário. Na última quinta-feira (19), a Justiça decretou a prisão temporária do empresário que atropelou os PMs. A decisão, do juiz Alberto de Almeida, da 5ª Vara Criminal de Arapiraca, destaca que o empresário poderá comprometer a conclusão do inquérito estando em liberdade. O juiz justificou a decisão dizendo que o empresário, identificado como Edson Lopes, possui muita influência na região, podendo dificultar ou até impedir que testemunhas prestem depoimentos.
Edson chegou a prestar depoimento à polícia, mas foi liberado. O condutor da caminhonete que atropelou um casal de PMs se apresentou à polícia na última terça-feira (17). Na presença de um advogado, ele negou o uso de bebidas alcoólicas e disse que não viu os ciclistas. Em seguida, ele foi liberado.
População protestou. Na última semana, ciclistas e motoristas de Arapiraca participaram de um protesto pela morte da policial militar Cibelly Barbosa, de 31 anos.
“Não tem aquele café dela, o carinho, o ‘bom dia’. Ela está lá de cima nos assistindo neste momento. Nós queremos justiça!”. Essa foi uma das falas narradas por um homem no megafone, que descreve os sentimentos dos que participaram do ato, que começou às 19h, saindo do trevo da Polícia Militar (BPRv), passando pelos bairros arapiraquenses Boa Vista e Coringa e chegando ao 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) na rodovia AL-220.
(Crédito: Arquivo pessoal)
*Estagiário sob supervisão
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