A BR-101, na altura de Messias, região metropolitana de Maceió, foi fechada nos dois sentidos no início da manhã desta terça-feira (22), durante um protesto de famílias que vivem em assentamentos da região e receberam ordem de despejo. O trânsito ficou congestionado, mas por volta das 7h, os trechos da rodovia começaram a ser liberados.
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Segundo os manifestantes, o ofício expedido pela Justiça para esta terça determinou a reintegração de posse das fazendas Uruçu, Estreito e Nicho, que ficam na zona rural de Messias. As famílias que moram e cultivam nessas áreas alegaram que não foram comunicadas sobre a decisão e buscam uma solução para o impasse.
O ato, iniciado às 4h, mobilizou dezenas de pessoas. Galhos de árvores, pneus e outros materiais foram colocados atravessados na BR-101 e incendiados. Um vídeo mostra a movimentação dos manifestantes durante o protesto. Veja a seguir.
O sargento André, da Polícia Militar, informou que uma mesa será formada depois da manifestação para a discutir uma solução para as famílias. "São assentamentos que eles já estão há alguns anos, e na sequência, vai ser discutida a melhor forma de resolver esse impasse. Essas famílias reclamam que não foram comunicadas previamente sobre essa reintegração. Nós, da PM, estamos aqui para resolver da melhor forma possível essa situação", disse em entrevista ao repórter Williamis Tavares, da TV Pajuçara.
Uma das lideranças do protesto também conversou com a reportagem e destacou que as famílias vivem há 14 anos nos assentamentos. "São 14 anos que estamos nessa luta nessa propriedade. Eu tenho mais de 30 anos de movimento. Estamos há uma semana tentando resolver com Brasília e Alagoas. O clima é tenso. A luta começou há muito tempo e vai continuar por muito tempo. A partir daqui vamos nos reorganizar e decidir o que fazer. Estamos dispostos a lutar por essa terra para continuar plantando e morando", disse o homem conhecido como Marrom.
"São 1.500 famílias nessa região em torno de Messias, Murici, Maceió e parte de Rio Largo, e pedem clamor ao Incra, ao Iteral, ao Governo do Estado, que resolvam a questão da reforma agrária especialmente dessas famílias", complementou.
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal enviaram agentes para a localidade. Não houve registro de prisões e o ato aconteceu de forma pacífica.