Recentemente, uma casa repleta de espelhos quebrados em forma de mosaico na fachada viralizou nas redes sociais de agentes imobiliários. A postagem fazia uma brincadeira: "Quero uma casa que fique bem escondida. Não gosto de visitas", dizia a legenda do vídeo postado no Instagram @imoveisriboli, com 2,2 milhões de views desde 2 de setembro.
Os internautas encheram as redes sociais de comentários, em sua maioria, criticando a ideia. "Achei ótimo. Se bater a luz do sol direto, vira um isqueiro", disse uma mulher. "Deus me livre, quando chover tem de cobrir com um pano, se não atrai raios (segundo minha mãe)", falou outra. "Uma única coisa veio na minha mente: Eu ficaria louco com as marcas de dedo e sujeira", comentou um homem.
Apesar da polêmica, a residência não está disponível para moradia. Trata-se de uma obra de arte conceitual chamada La Cabane aux Miroirs (A Cabana dos Espelhos), criada pelo artista francês Antoine Janot. Instalada na montanha do Breuil, em Auvergne, na França, a construção mede 5 m de comprimento, 4 m de largura e 3 m de altura.
A instalação, feita para o festival Horizons "Arts-Nature", em Sancy, em 2023, homenageia os construtores de cabanas da região (chamadas burons, em francês). La Cabane aux Miroirs serve como uma ode a este patrimônio arquitetônico, ao mesmo tempo que chama a atenção dos visitantes para o número cada vez menor destas construções vernaculares.
"Utilizados por criadores ou caminhantes para encontrar refúgio, estes enormes edifícios de pedra e ardósia protegiam aqueles que ali se abrigavam. Casas efêmeras, acolheram fragmentos de vida como fragmentos de espelhos", descreve o artista.
Embora a forma da instalação imite a aparência das construções antigas, a sua fachada é inteiramente coberta por um mosaico de espelhos, adquiridos de recicladores locais. Até as telhas foram feitas com o material, sendo apenas as portas e janelas de madeiras. As peças espelhadas refletem a paisagem ao redor, simbolizando, ainda, um tempo em que os humanos viviam em harmonia com a natureza.