Interior

Vídeo: ato de intolerância religiosa é flagrado no interior de Alagoas

João Arthur Sampaio | 04/06/24 - 11h38
Reprodução

Um vídeo flagrou um ato de intolerância religiosa na região do Campo da Siricora, no município de Messias, Região Metropolitana de Maceió. As imagens mostram um homem destruindo materiais que haviam sido deixados como oferendas por adeptos de uma religião de matriz africana.

O suspeito, identificado como Cleiton, pega os objetos e os arremessa no chão, quebrando os itens de cerâmica que estavam no local. “Rapaz, Cleiton, tu não mexe com isso”, diz a voz de quem grava o vídeo, enquanto ri da situação. A oferenda, como o conjunto de materiais é chamado, havia sido deixada no meio de um canavial. Veja o vídeo abaixo:

O vídeo viralizou nas redes sociais, deixando muitos adeptos e simpatizantes de religiões de matriz africana indignados com o caso. O ato de intolerância religiosa é previsto como crime no artigo 208 do Código Penal Brasileiro, que determina um aumento de um terço da pena se existir o emprego de violência. A pena também é aumentada se a ofensa é praticada mediante a utilização de meios de comunicação.

“Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso.”

Ao TNH1, Cleiton da Bernadete, que é pré-candidato a vereador por Messias, negou que agiu com intolerância religiosa, dizendo que não tem nada contra a religião e que tudo não teria passado de uma brincadeira de “muito mau gosto”, além de ter pedido desculpa aos familiares da pessoa.

“Aquilo foi um senhor de Rio Largo que faleceu e ele praticava essa religião. As filhas pediram para ser descartados aqueles objetos em um local e colocaram ali. Nós estavamos jogando bola em um campo da Siricora e, sabe como é grupo de amigos, fomos fazer uma brincadeira, como volto a dizer de muito mau gosto minha, peço desculpa. Só que não tem nada a ver com intolerância religiosa. Ali não era oferenda, não era macumba, não era nada. Eram apenas objetos que os familiares descartaram. Jamais eu iria ofender religião de ninguém. Respeito a todos”, alegou em posicionamento enviado à reportagem.