Em expedição próximo ao arquipélago de Galápagos, pesquisadores identificaram vermes brancos tubulares vivendo nas profundezas da Cordilheira Dorsal do Pacífico leste, a 2,5 km de distância da superfície. Pelas imagens, os exemplares parecem ter entre 20 e 50 cm de comprimento.
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“Trata-se da primeira vez que animais são escavados de cavidades cheias de fluidos no subsolo marinho de fontes hidrotermais profundas”, escreveu a equipe do Instituto Oceânico Schmidt. A descoberta foi descrita em um estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista científica Nature Communications.
Fontes hidrotermais são aberturas no fundo do mar onde as placas tectônicas da Terra se encontram, e a água do mar se mistura com o magma abaixo da crosta terrestre. Embora a maior parte do assoalho oceânico ainda seja um mistério e que grande parte dele esteja quase inabitável, ao redor dessas formações vulcânicas vírus e micróbios foram localizados anteriormente.
Para entender como esses vermes brancos tubulares se instalam em ecossistemas tão extremos, a equipe conduziu uma série de mergulhos na região, com o auxílio de um robô operado remotamente (ROV).
Segundo a National Geographic, o instrumento é equipado com braços e uma câmera, e foi capaz de levantar as placas de fluido quente (material produzido pelo contato do magma com a água) e revelar a vida abaixo delas.
O que se sabe sobre os vermes
Para a surpresa de todos, o substrato estava cheio de vermes tubulares adultos. De coloração branca, os animais foram classificados como membros das espécies Oasisia alvinae e Riftia pachyptila. Assista ao vídeo que mostra a ação do braço robótico que permitiu a descoberta:
Em uma das cavidades exploradas, a equipe chegou a avistar até dois machos de R. pachyptila com testículos com esperma e duas fêmeas da mesma espécie com gônadas cheias de óvulos. Isso sugere que a reprodução pode ocorrer abaixo do fundo do mar.
Mais do que isso, a descoberta abre margem para os pesquisadores proporem que as larvas de vermes tubulares podem se dispersar pelas cavidades, com algumas se estabelecendo e crescendo em rachaduras no fundo do mar, e outras permanecendo nas cavidades e crescendo até a idade adulta lá. É um enorme salto no conhecimento sobre o ciclo de vida desses animais extremófilos.
Com a recente descoberta, os cientistas reforçaram ainda importância do debate sobre a proteção dos ecossistemas marinhos contra a exploração humana. A proposta de mineração de cobalto e níquel em alto mar pode oferecer grandes riscos às populações ocupantes dos substratos oceânicos.
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