Vendas on-line: veja dicas para começar ou alavancar o negócio neste fim de ano

Publicado em 06/12/2021, às 08h05
Imagem Vendas on-line: veja dicas para começar ou alavancar o negócio neste fim de ano

Por Extra Online

A professora de dança Natasha Txai, de 31 anos, viu as aulas que costumava dar serem canceladas assim que a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil. Ela, então, teve que se reinventar profissionalmente. Resgatou conhecimentos de macramê adquiridos na infância, se aperfeiçoou na arte e decidiu vender as peças pela internet. O comércio on-line foi a tábua de salvação de muitos negócios em período de isolamento social e redução do consumo presencial nas ruas. Estudo divulgado no início do ano pelo Sebrae, que fez o levantamento em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), apontou que 70% das empresas de pequeno porte vendiam por canais digitais, como WhatsApp, Instagram e Facebook, para enfrentar a crise.

— Quando tudo fechou na pandemia, o on-line foi a única opção. Não tinha mais feiras de artesanato, porque estavam proibidas as aglomerações — conta a empreendedora Natasha, que se apaixonou pela nova atividade: — Eu amo poder criar peças com energias através das mãos.

Mesmo em tempos fora de pandemia, a presença virtual desfaz fronteiras de vendas para o empreendedor, aponta Ivan Tonet, analista de competitividade do Sebrae. Ele ressalta que o Brasil tem 105 milhões de compradores digitais. Assim, quem quiser chegar a eles neste fim de ano deve escolher seus canais de venda e ter estratégias que garantam o bom desempenho.

— As redes sociais, em geral, são a primeira opção, mas é preciso executar produção de conteúdo nelas. Outros podem escolher construir uma loja virtual e precisarão definir, já para começar, meios de pagamento, logística completa, cadastrar os produtos e trabalhar no tráfego da loja. E há ainda a opção de entrar para marketplaces, que atraem pelos ecossistemas já muito definidos — afirma Tonet.

Depoimento: Natasha Txai, dona da Txai Macramê, de 31 anos

“Quando a pandemia começou, eu me vi com pouco trabalho e pensei em vender peças de macramê, que era algo que eu já gostava de produzir e tinha facilidade por uma base da minha infância. Então, aprendi outros nós e mais técnicas, para fazer peças maiores. E comecei a vender em 2020. Hoje, minhas vendas estão distribuídas pelo Instagram (45%), grupos do Facebook (45%), e Enjoei, OLX e Shoppee, juntos com 10%. Vender pela internet é mais prático, ainda mais por ter um filho, de 9 meses. Então, pretendo continuar, sim, esse trabalho, mesmo após o fim da pandemia. E, se vai ser minha renda extra ou principal, dependerá da demanda. Hoje, moro com minha mãe, minha irmã e meu filho de 9 meses. Divido com elas o aluguel e as despesas”.

Marketplaces bombaram na pandemia

Os marketplaces perceberam o aumento no número de vendedores associados. No da Magalu, em abril de 2020, eram 26 mil vareijistas. Atualmente, são mais de 120 mil. Americanas Marketplace recebeu mais de 60 mil novos empreendedores durante a pandemia, chegando a 114 mil vendedores. Cerca de 60% são pequenos e microempreendedores.

— O empreendedor preenche os dados e tudo é verificado em um dia. Enquanto isso, pode ir cadastrando seus produtos. A comissão paga por venda é investida em marketing para trazer clientes, análise de risco e antifraude para dar segurança, (quitação de) tarifas de meios de pagamentos e antecipação do repasse integral, mesmo que a compra seja parcelada — explica o diretor de marketplace da Americanas S.A., Valmir Andrade.

Em geral, os martketplaces não cobram taxa de entrada nem mensalidades, mas uma comissão por venda, que pode partir de 3,99% até 16%. Materiais de capacitação e até serviços financeiros são vantagens. Magalu oferece conta digital PJ gratuita e cartão de crédito que também pode ser usado fora do ecossistema, além de sistema de crédito.

— Vendedores podem pegar empréstimo de forma simples, sem necessidade de garantia e com juros competitivos — diz o diretor-executivo do Magalu, Leandro Soares.

Dicas para empreender na internet

- Primeiramente, escolha quais produtos vender, pesquisando antes se conseguirá oferecê-los de maneira competitiva: com boa quantidade em estoque, bom prazo de entrega e bom preço. Procure também conhecer os produtos para ter uma boa comunicação com os clientes. Saiba as características e como são usados. Orientação do Valmir Andrade, diretor de marketplace da Americanas S.A.

- Busque capacitação. A Americanas Marketplace e o Sebrae, por exemplo, firmaram uma parceira para promover a inserção e capacitação dos pequenos negócios no ambiente digital de todo o país. Até março de 2023, a meta é capacitar 90 mil empreendedores, com conteúdos gratuitos no site https://www.sebrae.com.br/americanasmarketplace.

- A Americanas Marketplace também tem uma parceria com o Facebook, pelo programa de desenvolvimento de micro e pequenas empresas nas ferramentas de marketing digital de suas plataformas, o Impulsione com o Facebook. O curso gratuito oferece conteúdo sobre soluções para impulsionar as vendas pelos pequenos negócios no ambiente on-line. Atualmente, são oferecidos mais de 200 conteúdos gratuitos para capacitação dos vendedores, que englobam temas como vendas, atendimento ao cliente, tecnologia e operação, logística e empreendedorismo.

- É pouco provável conseguir estar em todas as plataformas no início da operação on-line. Escolha um foco e o trabalhe bem, antes de partir para novos desafios. Em termos de redes sociais, cada uma pode se apresentar melhor para um nicho ou um negócio. O Facebook tem mais aderência em públicos mais velhos e que participam de grupos. O Instagram e o Pinterest são recomendados para produtos com mais apelo visual. O Tiktok comunica bem com os mais jovens. E o YouTube é bom para quem tem mais conteúdo a passar. Dica do Ivan Tonet, analista de competitividade do Sebrae.

- Faça bons anúncios. Principalmente em marketplaces, um bom título, uma boa descrição sobre medidas, cores, funções, utilidades e afins sempre ajudam o consumidor a se decidir por comprar deste ou daquele vender. Quanto mais certezas ele tem, mais chances de fechar a venda o varejista ganha. Fotos também são importantes: nítidas, em detalhes, com fundo branco. Quanto melhor a imagem oferecida, com vários ângulos e detalhes, maior a chance de encantar o comprador. Informa Leandro Soares, diretor-executivo de marketplace do Magalu.

- Seja claro em todas as etapas do processo de compra e certifique-se de que o consumidor está recebendo as notificações via app, e-mail, WhatsApp. O cliente quer saber como e onde está seu pedido. Aponta Allan Hagemeyer, CEO da Conn.ect, empresa de soluções em varejo digital.

- Allan também indica: tenha canais abertos e integrados para trocas de produtos: o consumidor precisa conseguir acessar a marca por qualquer meio e em qualquer momento.

- E, por fim, segundo Allan, mesmo após a venda, é importante manter uma comunicação presente e ativa: pergunte como foi a experiência de compra, entenda se o cliente ficou satisfeito ou se alguma etapa do processo pode ser melhorada. Aprenda sempre. Uma mensagem após a entrega para saber se foi tudo bem, e sugerindo que o cliente responda a uma pesquisa rápida, com espaço para comentários gera valor na relação e muito aprendizado, afinal, a ideia é manter o vínculo e continuar evoluindo.

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