Venda do Hotel Jatiúca repercute bastante nas redes sociais e pode ter desdobramentos

Exatamente 44 anos após sua implantação, o Hotel Jatiúca foi negociado com uma construtora, que tem planos para implantar na Lagoa da Anta, uma das áreas mais aprazíveis de Maceió, um arrojado projeto imobiliário.

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A informação surgiu nesta sexta-feira (27) e imediatamente ganhou as redes sociais, sem que tenha havido até agora uma manifestação oficial por parte do Grupo Lundgren, proprietário do hotel, nem da empresa adquirente.

As informações extra-oficiais sobre a negociação, dando conta da implantação de prédios residenciais e empresariais no local, ganharam as redes sociais com questionamentos sobre a legalidade da transação e o impacto paisagístico numa das poucas áreas de preservação ambiental em Maceió.

O que se sabe é que o terreno onde está implantado o Hotel Jatiúca foi doado pelo governo do Estado com a destinação específica para construção de um hotel no estilo resort, visando proporcionar um up grade à cidade de Maceió, que até então não era ainda um destino turístico consolidado.

A idéia surtiu tanto efeito que Maceió passou a viver “o antes e o depois do Hotel Jatiúca” tal a dimensão que a cidade alcançou a partir da divulgação intensiva nos meios de comunicação, atraindo as atenções de artistas, políticos e empresários interessados em conhecer a nova atração da hotelaria brasileira.

O diferencial maior do Hotel Jatiúca sempre foi o fato de ser um raro hotel “pé na areia” instalado numa área urbana, às margens de uma praia belíssima, altamente arborizada e com construção horizontal, características bastante peculiares.

Traduzindo: exatamente como o governo do Estado pretendia, quando desapropriou o terreno e cedeu para a construção de um hotel, no primeiro mandato do governador Divaldo Suruagy.

Segundo um integrante da área de turismo do governo na época da negociação (que não autorizou a divulgação do seu nome) essa transação de agora é questionável:

“Ao meu ver o Hotel Jatiúca não poderia ser vendido, pelo menos a metade da área, que é a área que dá para a praia, porque aquela área foi praticamente doada. Na mesma época, houve situações semelhantes com o Hotel Luxo e o Hotel Beira Mar, como incentivo ao turismo. Acho isso agora muito estranho”.

Pela repercussão que o caso tomou, não seja surpresa se chegar oficialmente ao Ministério Público – como alguns internautas têm sugerido.