A segunda-feira (14) começou em clima de romance, pelo menos nos Estados Unidos e na Europa. Isso porque no dia 14 de fevereiro é celebrado o Valentine's Day, nome que eles dão ao Dia dos Namorados. No Brasil, no entanto, essa comemoração ficará apenas para o dia 12 de junho, oficialmente Dia dos Namorados desde 1948.
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Muitos não sabem, mas quem inventou o Dia dos Namorados no Brasil foi João Doria (1919-2000), o pai do atual governador de São Paulo. E o motivo foi estritamente comercial. Segundo Victor Missiato, doutor em história e professor dessa disciplina no Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília, o publicitário pensou na data como uma forma de alavancar as vendas de uma loja de departamentos paulistana chamada Clipper.
"Ele foi convocado, no final da década de 1940, a criar uma estratégia para a loja justamente no mês de junho quando a comercialização de produtos era desaquecida. Ele se baseou na força das festas juninas do Brasil e atrelou isso à proximidade do Dia de Santo Antônio [13 de junho], o santo casamenteiro", explica o professor.
A comemoração já começou a cair no gosto popular no ano seguinte. Primeiro, os estados do Sudeste aderiram e, depois, mais regiões brasileiras colocaram o 12 de junho em seus calendários anuais. "Já existia no começo da década de 1950 uma americanização no Brasil após a Segunda Guerra, então foi mais rápido", complementa o professor.
O nosso Dia dos Namorados, porém, é muito posterior ao Valentine's Day dos países anglo-saxões. No período medieval, com a consolidação do catolicismo, os cristãos eram perseguidos pelo Império Romano. O professor explica que no século 3 um padre romano de nome Valentim começou a enfrentar o Império e lutar pelos casamentos. Isso era a contramão do que queria o imperador Claudio 2º que dizia que os soldados não podiam se casar para não ficarem despreparados para as batalhas.
Valentim dizia que o casamento ressignificava a vida humana e era importante. Foi então que começou a organizar celebrações às escondidas. Porém, com a descoberta do imperador, Valentim foi sentenciado à morte. "Antigamente, havia esse costume de festas pagãs em relação ao romantismo, como na Roma Antiga onde se colocava o nome da pretendida em vasos. Com o avanço do cristianismo, muitas festas pagãs foram ressignificadas. E essa história de São Valentim foi usada e apropriada para a criação dessa festividade", finaliza o historiador.
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