Um avião da Jeju Air com 175 passageiros e seis tripulantes fez um pouso forçado e explodiu neste sábado (28) no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, matando 179 pessoas a bordo. É o pior acidente aéreo envolvendo a Coreia do Sul desde 1997, e autoridades ainda buscam pela causa da tragédia.
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Veja abaixo o que se sabe até aqui sobre o caso.
O QUE ACONTECEU? - Por volta das 9 horas da manhã de domingo (29), noite de sábado no Brasil, um Boeing 737-800 da Jeju Air com 181 pessoas a bordo vindo de Bancoc, na Tailândia, fez um pouso forçado no Aeroporto Internacional de Muan sem utilizar o trem de pouso.
Vídeos mostram que a aeronave avançou rapidamente pelo solo e colidiu contra um muro de alvenaria no final da pista, causando uma grande explosão. De acordo com testemunhas, foi a segunda tentativa da aeronave de realizar o pouso, e ela atingiu o solo em alta velocidade e longe do início da pista.
QUANTAS PESSOAS MORRERAM? - Das 181 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, 179 morreram. Inicialmente após o acidente, os socorristas confirmaram a morte de cerca de 20 pessoas, mas esse número subiu rapidamente. No domingo (29), os bombeiros confirmaram que apenas duas pessoas sobreviveram.
O QUE CAUSOU O ACIDENTE? - Ainda não se sabe a causa da tragédia, e análises das caixas-pretas do avião, recuperadas neste domingo, podem demorar meses. Mas as autoridades sul-coreanas trabalham com a hipótese de que a aeronave se chocou contra pássaros ao se aproximar do aeroporto.
A torre de controle de Muan emitiu um alerta para uma revoada dois minutos antes de o piloto do avião declarar emergência e seis minutos antes da explosão. Além disso, a imprensa do país teve acesso a uma mensagem de um dos passageiros que disse a um familiar ter visto um pássaro preso na asa do avião.
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS? - Essa versão, entretanto, é questionada por especialistas em segurança aérea. Para eles, um choque contra pássaros não é capaz de impedir a utilização do trem de pouso.
Ainda que uma ave tivesse sido sugada pela turbina, o motor não falharia imediatamente e os pilotos teriam, em tese, tempo para voar em círculos, gastar combustível a fim de minimizar uma possível explosão e comunicar o aeroporto.
Mas isso não aconteceu: a aeronave aterrissou sem trem de pouso poucos minutos depois de o piloto ter declarado emergência e, por razões ainda sem explicação, não perdeu velocidade ao pousar, avançando rapidamente em direção ao muro de alvenaria ao final da pista. Também não se sabe por que esse muro foi construído tão próximo do aeroporto.
Especialistas questionam ainda a reação imediata dos bombeiros -não havia espuma na pista para tentar retardar a aeronave, e os socorristas não estavam a postos assim que o avião pousou.
COMO AS AUTORIDADES REAGIRAM? - O governo da Coreia do Sul, mergulhado em crise após o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol motivado por sua tentativa de autogolpe, declarou luto oficial de sete dias no país após o acidente.
O CEO da Jeju Air, Kim E-bae, emitiu um curto comunicado pedindo desculpas às famílias das vítimas e afirmando que apoiá-las é a maior prioridade da empresa neste momento.
O Ministério dos Transportes e Infraestrutura não se pronunciou sobre a causa do acidente, dizendo apenas que descartava o tamanho relativamente curto da pista, com 2,5 km de comprimento, como tendo sido determinante para a tragédia.
ESTE É O PIOR ACIDENTE AÉREO DA COREIA DO SUL? - É o acidente com mais vítimas em solo sul-coreano da história, e o pior acidente envolvendo linhas áreas do país desde 1997, quando um voo da Korean Air se chocou contra um morro próximo ao aeroporto de Guam, ilha no pacífico. Na ocasião, 228 dos 254 passageiros morreram.
Antes disso, o pior caso da história aconteceu em 1983, quando a União Soviética confundiu um voo da Korea Airlines que invadiu seu espaço aéreo sobre a ilha de Sakhalin com um avião-espião dos EUA. Caças soviéticos derrubaram a aeronave, matando todas as 269 pessoas a bordo.
O caso foi um dos incidentes diplomáticos mais graves da Guerra Fria -o ataque matou um membro da Câmara dos Representantes dos EUA, Larry McDonald, que viajava à Coreia para participar de um evento.
A princípio, a União Soviética negou envolvimento com a queda do avião, mas mais tarde disse que derrubou a aeronave depois de tentativas de contato ficarem sem resposta. Investigações subsequentes confirmaram que houve falha no rádio do voo.
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