Veja como se proteger de golpe que tira dinheiro de vítimas com Valores a Receber

Publicado em 12/07/2023, às 09h15
Pixabay/Reprodução
Pixabay/Reprodução

Por Extra

Com mais de R$ 7 bilhões ainda 'esquecidos' em bancos e instituições financeiras, golpistas têm usado de maneira fraudulenta o nome de uma empresa de consultas de crédito para tirar dinheiro de quem acredita ter quantias "esquecidas" no Sistema Valores a Receber, do Banco Central (BC). Os criminosos realizam a fraude ao cobrar uma taxa de R$ 97 para a realização do saque.

O alerta é da empresa de cibersegurança Kaspersky, que constatou que os golpistas entram em contato com vítimas enviando um link falso da empresa de consultas de crédito Brasil Consultas. Eles argumentam que existe um valor esquecido a ser retirado pela vítima e que, para a transação ser efetuada, é necessário o pagamento da "taxa de saque".

Para alertar sobre o golpe, a Brasil Consultas publicou um comunicado nas redes sociais em que afirma não ter nenhuma relação com o caso. Além de usar o nome da empresa, o site fraudulento ainda usa o nome "Gov.br" no fim da página para tentar dar alguma credibilidade à prática.

A página maliciosa pede dados pessoais como CPF, data de nascimento e chave Pix, informações que os golpistas poderão usar posteriormente em novas fraudes.

Caso a vítima efetue o pagamento (por Pix ou cartão de crédito), o valor pode ser perdido. Segundo a Kaspersky, o pagamento era processado por empresa legítima de pagamentos online, mas no momento da análise a página estava fora do ar "provavelmente retirada por denúncias de fraude".

Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, alerta que, no site fraudulento analisado, foram encontrados detalhes como uma palavra com a ortografia incorreta, o que pode ser um sinal de que a página não é confiável.

– Essa atenção com as palavras, layout da página e até se o site possui outras “páginas” dentro dele, como abas e seções que podem ser acessadas com mais informações, podem dizer se ele tem traços confiáveis ou não. Um site verdadeiro dificilmente terá erros ortográficos facilmente identificáveis e também as chances de um site íntegro ser uma página única são baixas – comenta.

Ele também destaca que outo passo essencial para evitar cair em golpes do tipo é pesquisar manualmente o endereço do site para checar se trata de uma página verídica, além de conferir as redes sociais da marca ou empresa.

Para evitar mais vítimas desse golpe, a Kaspersky recomenda:

  • Preste atenção no site antes de colocar qualquer dado ou fazer algum pagamento: veja a URL e como é a estrutura desse site. Ele possui erros ortográficos ou página única, sem outras seções? Então possui chances de ser um golpe.
  • Pesquise: antes de fornecer alguma informação sua, busque pelo site no Google, no ReclameAqui ou, no caso de apps, na área de comentários antes de fazer o download. Se é um golpe, provavelmente terá reclamações de outras vítimas ali.
  • Use uma boa solução de segurança: esta vai avisar sobre os possíveis sites maliciosos e ataques de phishing, como as soluções da Kaspersky.

Caí no golpe! E agora?

  • Caso o pagamento tenha sido feito usando cartão de crédito, comunique-se com seu banco e solicite o cancelamento do pagamento.
  • Caso tenha feito via Pix, comunique-se com seu banco o mais rápido possível solicitando o MED (mecanismo especial de devolução).
  • Caso o pagamento tenha sido feita via boleto, não há muito o que fazer. Abrir um boletim de ocorrência também é recomendável para registrar a fraude.

Mais de R$ 7 bilhões ainda 'esquecidos' - Quatro meses após a reabertura da consulta ao Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central, mais de R$ 7.123.443.188,39 ainda seguem "esquecidos" em bancos e instituições financeiras do país. As estatísticas foram divulgadas pelo BC, que atualiza os números do sistema com dois meses de defasagem.

De acordo com os dados, até maio, R$ 4,16 bilhões foram devolvidos para 14.511.476 correntistas – 13.975.515 pessoas físicas e 535.961 pessoas jurídicas. O total representa apenas 26,9% dos mais de 53.892.113 beneficiários incluídos no sistema no ano passado.

Já os R$ 7,12 bilhões restantes no sistema são destinados a 36.592.388 de brasileiros e 2.788.249 empresas do país, ou 73% do total de correntistas.

Gostou? Compartilhe