Veja 4 dicas para tornar redes sociais mais positivas e úteis

Publicado em 07/11/2024, às 11h22
Especialistas elencam dicas para tornar a experiência com as redes sociais mais positiva - Pexels
Especialistas elencam dicas para tornar a experiência com as redes sociais mais positiva - Pexels

Por CNN Brasil

Muitos estudos já mostraram como as redes sociais podem prejudicar a saúde mental dos usuários. No entanto, o feed pode se tornar um ambiente agradável ao evitar certos conteúdos que podem levar à comparação, à baixa autoestima ou, até mesmo, te distanciar de pessoas próximas. Para isso, é necessário tomar passos conscientes ao longo do tempo para tornar as redes sociais um lugar mais seguro.

“As redes sociais não são inerentemente boas ou ruins”, afirma Jason Nagata, professor associado de pediatria da Universidade da Califórnia São Francisco. Estar ativo nas redes sociais pode conectar e educar as pessoas, mas também pode fazê-las se sentirem inferiores e sozinhas, segundo o especialista.

O ambiente que você cultiva online faz uma grande diferença, segundo Katherine Keyes, professora de epidemiologia da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade Columbia em Nova York. “Buscar diferentes experiências e criar um ambiente saudável é importante, seja em casa, na escola, onde quer que estejamos passando nosso tempo”, inclusive online, acrescenta.

Interagir com as redes sociais de maneira mais positiva significa gerenciar o tempo gasto online e equilibrar o lugar que ela ocupa em sua vida — e também significa gerenciar a qualidade do conteúdo em seu feed. Confira, a seguir, quatro passos para cultivar uma experiência de mídia social mais saudável e feliz.

1. Gaste tempo com o que você realmente quer ver

Aquilo em que você gasta tempo é o que certamente receberá mais quando se trata de redes sociais. Muitos algoritmos analisam com o que você passa tempo — seja curtindo uma publicação, comentando com raiva ou apenas assistindo um vídeo até o fim — e continuam enviando conteúdo similar.

“Precisamos nos tornar mais conscientes disso como um problema e pensar mais profundamente sobre como esse algoritmo é criado”, afirma Marie Yeh, professora associada de marketing da Universidade Loyola Maryland. “É muito simplista em termos de: você gosta de uma coisa, e agora está recebendo mais disso.”

“As pessoas precisam ser ativas”, acrescenta. “É difícil, porque requer uma escolha consciente.”

2. Saiba o que você está procurando

Você já pegou seu telefone para verificar rapidamente seus aplicativos e, uma hora depois, percebeu que estava mergulhado na linha do tempo do relacionamento de um casal de reality show que nem pretendia ver? É uma experiência comum — e até esperada, dado como as redes sociais trabalham com o cérebro humano, segundo Anna Lembke, professora de psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina da Universidade Stanford, em uma matéria publicada anteriormente na CNN Internacional.

Muitos sites sociais são adornados com rostos bonitos, cores, sons alegres e promessas de conexão social instantânea, todas coisas para as quais os humanos evoluíram para serem atraídos, explica a professora.

Essas coisas tentadoras estimulam a liberação de dopamina no cérebro. Frequentemente chamado de neurotransmissor do “bem-estar”, o hormônio tem papel em impulsos intensos como movimento, motivação, vício e romance, segundo Lembke.

Quando um neurotransmissor tão gratificante entra em ação, é fácil acabar perseguindo o conteúdo interessante que os algoritmos de mídia social colocam na sua frente, em vez de fazer escolhas conscientes sobre o que você faz online.

Tente abrir suas contas de redes sociais com alguma ideia do que está procurando. Tomar decisões antecipadas sobre qual conteúdo gratificante é para si ajuda a aliviar o esforço mental necessário para decidir se deve continuar lendo ou assistindo a uma postagem.

3. Saiba o que você vai remover

Igualmente, é importante saber com o que você vai se desengajar. Há muito conteúdo online que não é útil de se ver.

Para todos — mas particularmente adolescentes — ser consciente sobre não se envolver com conteúdo que gira em torno de comparação social é importante, principalmente em relação a conteúdo de beleza, segundo Nagata.

“Pesquisas sugerem que usar redes sociais para comparações sociais relacionadas à aparência física, bem como atenção excessiva e comportamentos relacionados às próprias fotos e feedback sobre essas fotos, estão relacionados a uma pior imagem corporal, transtornos alimentares e sintomas depressivos, particularmente entre meninas”, acrescenta.

Comparação e padrões de beleza não saudáveis não vêm apenas das pessoas que você segue, então pode pegar você desprevenido, diz Patricia Cavazos-Rehg, professora de psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade Washington em St. Louis.

“Vejo isso nos feeds de redes sociais da minha própria filha adolescente, onde publicações incentivam padrões de beleza não saudáveis e cultura perigosa de dieta, mesmo que ela não siga perfis que promovam ou discutam esse tipo de conteúdo”, disse por e-mail. “Isso não acontece apenas na esfera da beleza, mas também está ocorrendo em espaços de mídia social relacionados à política, uso de substâncias e outras ideologias relevantes e potencialmente polarizadoras.”

Nem todo conteúdo sobre exercícios, comida, maquiagem ou moda é ruim. Mas ficar atento a alguns sinais vermelhos para conteúdo que é prejudicial e não saudável para você pode fazer uma grande diferença.

4. Deixar de seguir, ocultar ou excluir

Por fim, talvez seja hora de limpar as contas que você segue. Pode parecer importante manter suas redes sociais abertas para o maior número possível de pessoas, opiniões e tipos de conteúdo, mas há uma linha entre diálogo aberto e conflito desnecessário, segundo Cavazos-Rehg.

“É importante reconhecer que conteúdo polarizador de mídia social ou clickbait tem a intenção de aumentar o uso das redes sociais e provocar sentimentos como raiva e frustração. Esse conteúdo recebe mais visualizações e tem mais probabilidade de se tornar viral”, acrescenta.

“Os usuários de mídia social precisam reconhecer esses motivos e ser intencionais sobre o equilíbrio entre o que estão buscando e o que estão se envolvendo passivamente”, afirma.

Pode parecer tentador ter trocas com pessoas com as quais você discorda, mas muitas vezes o tempo e o espaço limitados das postagens nas mídias sociais não lhe dão a melhor oportunidade de ter uma conversa gentil e cheia de nuances, segundo Yeh. Levar a conversa para o offline e falar pessoalmente pode ser mais construtivo.

O nível da minha reação me diz quando é hora de deixar de seguir — ou mesmo apenas ocultar — contas que me irritam. Estou me incomodando um pouco com suas publicações mas ultimamente aprendendo algo? Ou estou tão indignado que continuo voltando para ler mais, apenas para continuar me irritando?

“Os leitores devem se perguntar: “Este conteúdo está me trazendo alegria ou conexão?” Se não, eles podem considerar deixar de seguir pessoas ou páginas que não trazem alegria ou conexão”, afirma Nagata.

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