Ao som de aboios entoados por crianças, jovens e adultos, que se reuniram na orla lagunar de Maceió para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que tornou ilegal a prática da vaquejada, uma cavalgada foi promovida na manhã desta terça-feira (11).
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Vaqueiros de cidades alagoanas seguiram em direção ao Palácio do Governo, no Centro, onde pretendem ser recebidos por um representante do Poder Executivo, para buscar apoio contra a medida judicial.
O STF votou a inconstitucionalidade de uma lei criada no Ceará, que regulamentava a vaquejada, e com isso tornou a prática ilegal em todo o Brasil. Até a publicação do acórdão, a vaquejada ainda será permitida, mas os envolvidos já discutem medidas jurídicas que podem ser tomadas para reverter a decisão.
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De acordo com o advogado, Fernando Nogueira, da Associação dos Vaqueiros do Brasil, ainda cabe recurso. Após a publicação do acórdão, a entidade pretende mobilizar parlamentares para a elaboração de uma lei federal que abranja a vaquejada.
Vaqueiros afirmam que maus-tratos foram eliminados
Para o presidente da Associação, Cícero Andrade, as regras criadas ao longo das gerações fizeram a vaquejada evoluir, eliminando as situações de maus-tratos. “Hoje nós temos regras, corremos dentro de um regulamento. O boi não sofre, o cavalo não sofre, o vaqueiro não fura mais o cavalo de espora. Temos um fiscal diuturnamente na pista. Se o vaqueiro cometer um excesso é desclassificado”, afirmou.
Ele ainda diz que o “rabo artificial” colocado no boi, a “cama de areia” e uma espécie de ambulância para os animais, que fica no local do evento, reduziram os danos aos animais. “O boi é sagrado na vaquejada. Quando sai da porteira, se ele não quiser correr, o vaqueiro pega o que chamamos de retorno. Da porteira ao lugar onde o boi cai são 100 metros, poucos segundos. Temos um juiz de bem estar animal, que é um veterinário”, cita.
Para Andrade, a criminalização da vaquejada se dá por desconhecimento da maior parte da população sobre a prática. “Veja o nível do povo da vaquejada: ele tem pouco acesso ao estudo e se prepara a vida toda para correr vaquejada. Ela não pode ser cortada de uma hora para outra acabando com mais de 600 mil empregos diretos”, alega.
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