Com a expectativa de liberação de saque dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para contas inativas e também ativas, ou seja, de trabalhadores que continuam empregados, muita gente já começou a fazer planos com o dinheiro.
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Até a semana passada, esperava-se sacar em torno de R$ 3 mil, mas o valor máximo caiu para R$ 500 após o anúncio oficial do governo na quarta-feira (24). E agora o trabalhador se pergunta: vale a pena sacar? O que fazer com essa quantia?
O TNH1 ouviu o planejador financeiro Carlos Cardoso, da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar) em Aracaju, e ele respondeu que sim, vale sacar o dinheiro. Em seis tópicos, o especialista sugeriu quais os melhores caminhos a seguir após a liberação de saque.
Devo ou não sacar o FGTS?
Sem dúvida, vale a pena sacar, porque a rentabilidade do FGTS é muito pequena, de 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial), menos que a poupança, e menos da metade do Tesouro Selic. Então, sem dúvida, vale sacar mesmo que a pessoa não esteja precisando do dinheiro.
Qual o melhor destino para esse dinheiro?
Pagar dívidas é sempre preferível, porque as taxas das dívidas são altas. Mesmo os 500 reais podem ser utilizados em um primeiro momento para amortizar eventuais dívidas, e caso a pessoa não tenha dívida, pode sim começar a investir. Com 500 reais podemos investir no Tesouro Selic, pelo site do Tesouro Direto. Hoje ele paga 6,5% ao ano, enquanto que o FGTS rende apenas 3% ao ano.
É importante ficar atento aos juros, se (nas dívidas) forem mais altos do que se consegue com um investimento, paga-se a dívida. Até mesmo financiamento imobiliário, em que as taxas são baixas, mesmo assim são em torno de 8% ao ano. Financiamento de veículos, a mesma coisa. Só vai ser interessante investir quando a taxa de juros da dívida for abaixo de 6,5%.
Quais são as dívidas prioritárias a se pagar?
Cheque especial e cartão de crédito. São as mais caras, com maiores taxas de juros. Em um segundo momento, deve-se avaliar o custo. Geralmente os boletos mostram a taxa de juros, então a pessoa deve optar por pagar a que tem a maior taxa. Se a pessoa não puder pagar tudo, procura a empresa para negociar. É interessante para a empresa, e o devedor pode conseguir um bom desconto.
Posso fazer compras ou guardar o dinheiro do FGTS para um gasto futuro?
Quem não tem reserva de emergência deve evitar fazer compras desnecessárias. Se, por exemplo, a geladeira da casa quebrou, vale fazer a compra. Mas se for para fazer gastos supérfluos, como em um restaurante, não vale. É importante pensar no futuro, se preparar.
O governo anunciou também o Saque Aniversário, que permite retirar um percentual do FGTS todo ano, mas impede o recebimento do valor total em caso de demissão sem justa causa. Com esse risco, é vantajoso aderir?
É uma escolha que o trabalhador tem que fazer. O FGTS funciona como um "seguro" caso o trabalhador seja demitido. Como todo seguro, isso tem um custo, que é a perda de valor por conta do baixo rendimento do FGTS.
Se o trabalhador é organizado e tem capacidade de fazer poupança, o interessante é que ele resgate sempre que possível para fazer aplicações mais rentáveis. O dinheiro parado no FGTS gera uma perda para o trabalhador ao longo do tempo.
Mas, caso a pessoa seja pouco organizada em relação a finanças pessoais, e além disso não se sente segura no emprego, o mais interessante é mesmo "pagar" por esse seguro.
E qual a melhor opção de investimento?
A melhor opção é a mais adequada para cada pessoa. Geralmente o Tesouro Selic é a mais indicada para quem está tendo o primeiro contato com os investimentos. Ele é mais seguro que a própria poupança e é um primeiro passo.
Para quem já possui uma reserva de emergência e quer fazer um investimento a médio e longo prazo, o ideal é se informar. Qual tem maior liquidez, qual o prazo, qual o rendimento, o risco... É comum as pessoas arriscarem nos investimentos que têm rentabilidade mais alta, mas não há uma garantia de que vai continuar alta. Não existe fórmula mágica. O importante é procurar conhecer o produto.
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