O árbitro Bruno Mota Correia citou, na súmula do clássico entre Flamengo e Botafogo, a confusão generalizada entre os jogadores no Maracanã após a vitória rubro-negra por 1 a 0 na noite de quarta-feira. No documento, ele justificou a expulsão de Gerson, Cleiton e Barboza:
LEIA TAMBÉM
Depois do clássico, o árbitro analisou as imagens das câmeras de transissão para saber se aplicaria o cartão vermelho a outros jogadores. Mas optou por manter a expulsão só ao trio, apontando para a falta de câmeras dentro da zona mista, onde ocorreu a segunda parte da confusão:
"Finda a confusão dentro do campo de jogo, ocorrida após o término da partida, os atletas e a comissão técnica da equipe da SAF Botafogo se dirigiram até a zona mista e lá ficaram aguardando os atletas e a comissão técnica da equipe do C.R. Flamengo. Assim que os atletas e a comissão técnica da equipe do C.R. Flamengo se dirigiram até a zona mista, iniciou-se uma nova confusão generalizada com os atletas e comissão técnica da equipe da SAF Botafogo. Não sendo possível identificar com precisão os fatos ocorridos na zona mista, pois neste momento a equipe de arbitragem se encontrava dentro do campo de jogo, por orientação dos oficiais de segurança. ressalto que não haviam câmeras dentro da zona mista disponíveis para a cabine do VAR".
Delegado do jogo, Marcos Vinicio de Abreu Trindade também escreveu um relatório e citou o lateral-esquerdo Alex Telles, do Botafogo, na segunda parte da confusão. O relatório dele diz ainda que a segurança privada foi solicitada em meio à decisão do elenco alvinegro de permanecer no túnel. Com a chegada do Flamengo, "os atletas da SAF Botafogo tentaram furar o cordão de isolamento, agindo com muita violência e chegando a agredir os seguranças privados no local".
"Os jogadores da SAF Botafogo não queriam ir para o vestiário e sim queriam continuar a briga, sendo capitaneado pelo jogador da SAF Botafogo, sr. Alex Nicolao Telles, que falava para os seus companheiros: 'Vamos ficar aqui, vamos esperar eles.' Esse jogador citado estava muito transtornado e tentei convencê-lo para que ele fosse para o seu vestiário e chamasse os seus companheiros, mas não tive sucesso. O sr. Alex Nicolao Telles disse para mim 'não vamos sair daqui, vamos esperar eles. Vai se f*der, você não viu o que o jogador deles fez? Aí você não faz nada'."
Barboza foi o único atleta expulso do lado do Botafogo. Em sua justificativa, o árbitro do clássico responsabilizou o zagueiro por "iniciar uma confusão generalizada, peitando e praticando atos provocativos" contra Bruno Henrique. A súmula também cita "empurrões de forma acintosa" contra Gerson.
O zagueiro do Botafogo acabou perdendo um dente na confusão após a derrota. Barboza discutiu com os dois rubro-negros já citados, tentou socar Bruno Henrique e acabou atingido por Cleiton na sequência.
Nenhum jogador do Botafogo falou com a imprensa na zona mista do Maracanã. Até o momento, também Barboza não se manifestou em suas redes sociais. O zagueiro foi criticado por Léo Ortiz, que mandou uma indireta para o rival alvinegro. O jogador do Flamengo disse que é Barboza quem sempre começa as brigas no clássico.
No Flamengo, o clima nos bastidores foi de revolta pelo cartão vermelho de Gerson. O entendimento do clube é que o meia apenas atuou para separar a briga entre Barboza e Bruno Henrique e teria sido expulso injustamente.
Entenda a confusão
A confusão começou segundos depois do apito final. Bruno Henrique, que já havia se estranhado com Barboza durante a partida, provocou o zagueiro do Botafogo, que empurrou o atacante rubro-negro e partiu para cima dele. Gerson se meteu para defender o companheiro. Houve empurrões de parte a parte. Foi neste momento que Gerson e Barboza receberam o cartão vermelho.
O tumulto foi encampado pelos demais jogadores. Novamente, Barboza partiu para cima e tentou desferir um soco no rosto de Bruno Henrique. Não acertou. Na sequência, o zagueiro Cleiton, reserva do Flamengo que não havia entrado na partida, atingiu o rosto do argentino, que teve um sangramento na boca e perdeu um dente. Ele também foi expulso.
Coube aos seguranças e comissões técnicas das duas equipes entrar em campo para tentar apartar a briga. Agentes da Polícia Militar também foram acionados.
Com a confusão inicialmente apartada, os jogadores do Botafogo ficaram aguardando os rubro-negros no túnel que dá acesso ao vestiário. Barboza, nervoso com o sangramento em sua boca, esperava Cleiton.
Assim, houve nova confusão quando o Rubro-Negro saiu do gramado. Seguranças particulares e policiais tiveram que conter o tumulto novamente.
LEIA MAIS
+Lidas