Contextualizando

Uma versão para a desistência da Braskem de participar da Conferência do Clima, em Dubai

Em 12 de Dezembro de 2023 às 14:00

Sem muitas explicações, a mineradora Braskem cancelou sua participação na COP28, que é a Conferência do Clima da ONU, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O que aparentemente seria para dar mais atenção ao desastre ambiental causado pela própria empresa em Maceió tem uma outra versão, segundo o jornalista revela no portal UOL:

“O cancelamento da participação da Braskem na COP28, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, realçou as denúncias do chamado ‘greenwashing’ na atual edição do encontro.

Lavagem verde, em tradução livre, greenwashing é a expressão para definir a iniciativa de empresas que patrocinam ou participam de eventos ligados ao meio ambiente com o objetivo de ‘limpar a barra’ de sua associação com tragédias ambientais ou operações potencialmente danosas.

O objetivo seria só propagandístico: dar uma roupagem de preocupação com a natureza e a sustentabilidade como meio para amenizar ou neutralizar o desgaste público de imagem.

A ideia de divulgar um simulado de preocupação ambiental para camuflar operações deletérias ao meio ambiente não é nova. Na COP28, porém, esse tipo de prática ganhou contornos inéditos. A começar pelas suspeitas em torno do próprio anfitrião da conferência, país cuja economia foi quase que inteiramente construída com base na exportação de petróleo.

No Pavilhão Brasil da COP28, desconfianças desse tipo pairam, entre outras, sobre a Vale, a Petrobras e a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), todas elas inscritas como coordenadoras de painéis de debates ambientais.

Com grande leque problemas socioambientais, a Vale é a responsável pela tragédia em Brumadinho (MG), em 2019, rompimento de barragem de minério que provocou a morte de 270 pessoas, além de animais e destruição da vegetação ao redor.

A marca também está associada à tragédia da Samarco em Mariana (MG), quatro anos antes. O rompimento da chamada barragem do Fundão deixou 18 mortos e um desaparecido, e despejou toneladas de rejeitos de minério de ferro em mais de duas centenas de municípios e no rio Doce – o que provocou mortandade de diversas espécies de peixe até chegar ao mar.

Vale e a anglo-australiana BHP Billiton são as principais acionistas da mineradora…”

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