Que perspectivas nós, seres humanos, temos em relação ao futuro?
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O que esperar da sociedade que estamos construindo?
No que vai dar a desigualdade social em que vivemos?
Esses e outros questionamentos são colocados neste artigo de Eurico de Andrade Neves Borba, professor da PUC Rio e ex presidente do IBGE, no portal “Diário do Poder”:
“Uma tragédia humana está sendo construída.
O aquecimento da atmosfera está colocando a humanidade em risco de sobrevivência. Os empregos estão desaparecendo. A repartição da riqueza está ampliando a distância entre ricos e pobres. O Estado Democrático de Direito é questionado na sua capacidade de promover o Bem Comum. Está diminuindo o nível da formação intelectual integral, frente as maiores exigências de especialização.
Esses fatos alertam para inevitável urgência de reestruturação das sociedades e estilos de vida, que deverão ser austeros e solidários, atendendo as necessidades básicas de todos.
Foi criado, com o correr dos tempos, uma estrutura sócio-política-econômica, que gerou um injusto mundo desenvolvido para uma minoria, a classe dominante que decide e opera a política e a economia, relegando a maioria à pobreza e à marginalidade.
O desenvolvimento da informática, da robótica, da inteligência artificial e dos grandes bancos de dados, elimina muitos postos de trabalho, começando a desempregar milhões de pessoas, em todo o mundo. Somente as pessoas bem qualificadas encontrarão empregos no futuro próximo.
A pregação cristã, alicerce da Civilização Ocidental, quase desapareceu como orientação ética para o comportamento coletivo, dando lugar ao individualismo egoísta.
São crenças morais que movem a história. Precisam ser redescobertas e voltarem a fazer parte da maneira de pensar e de agir dos povos. Esta verdade é considerada, pelos atuais donos do poder, como uma proposta ingênua e sem sentido.
Esses problemas não serão resolvidos com técnicas econômicas, ‘habilidades políticas’ e marketing. Caso não haja uma radical e democrática reorganização política, num ambiente social com alta densidade moral, que provoque mudanças estruturais nas sociedades, com austeridade no consumo e a perspectiva predominante da solidariedade e da justiça nas relações sociais, o futuro será sombrio, com fome, miséria, confrontações e mortes. Com a omissão e a incompetência dos políticos, resta às Igrejas Cristãs, às Universidades e à imprensa a missão de salvarem o planeta e a humanidade.”
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