Deixou muito a desejar a visita a Maceió, anteontem, de quatro dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada pelo Senado Federal – a CPI da Braskem – para apurar responsabilidades pelo desastre ambiental que causou o afundamento do solo em cinco barros da cidade, cuja culpa foi admitida publicamente por um dirigente da mineradora..
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Nas poucas horas em que estiveram por aqui os senadores cumpriram uma apertada agenda, bastante específica, restrita a um breve contato com a imprensa e uma rápida visita à área afetada.
“A visita foi positiva, apesar dos atropelos e da agenda apertada”, admitiu Rogério Carvalho (PT/SE), relator da CPI.
Vítimas da tragédia praticamente não tiveram tempo suficiente de relatar o drama que estão a viver com o desalojamento de suas casas, indenizações quase sempre insatisfatórias e a perda de anos de convivência com seus vizinhos, além do aspecto emocional.
A repercussão com o desapontamento chegou à Assembleia Legislativa através de pronunciamento do deputado estadual Dr. Wanderley (MDB), nesta quinta-feira (9):
“A chamada CPI da Braskem alardeou que viria aqui em Maceió levantar dados, visitar as vítimas e avaliar os acordos do crime ambiental sem precedentes na história de Alagoas e na história do mundo, mas não há como evitar o sentimento de frustração. Um dos senadores já é de Alagoas e o relator de Sergipe. Os outros dois ficaram apenas duas horas em Maceió. Confesso que eu esperava muito mais”.
Está prevista para 25 deste mês a apresentação do relatório final da Comissão e, até lá, volta a ser sentido no ar um cheiro de pizza – sinônimo de impunidade.
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