Contextualizando

Brasil vai ficar inabitável até 2070 por causa do calor? Especialistas revelam que informação foi distorcida.

Em 28 de Julho de 2024 às 13:25

Circulam nas redes informações de que um estudo da Nasa teria dito que o Brasil ficaria inabitável em 50 anos.

Entretanto, a pesquisa não cita o país e não fala sobre regiões ficarem inabitáveis.

Informações de Poliana Casemiro:

“Com as mudanças climáticas se tornando cada vez mais uma realidade inegável, a questão do aquecimento global e seus efeitos sobre nossa capacidade de habitar certas áreas do globo está se tornando um tema crítico.

Recentemente, uma análise realizada pela Nasa colocou em destaque o potencial de algumas regiões chave, incluindo diferentes partes do Brasil, de se tornarem inabitáveis nas próximas décadas.

Essa informação está sendo contestada, como explica

“Circula nas redes sociais a afirmação equivocada de que um estudo da Nasa aponta que o Brasil ficará inabitável dentro de um prazo de 50 anos por causa das altas temperaturas. É fato que o mundo está mais quente e o país também está vivendo as consequências, mas o estudo não diz isso.

A pesquisa existe e é de 2020, mas ganhou repercussão somente neste mês. Ela foi feita por pesquisadores que trabalham na agência espacial americana e foi publicada na “Science Advances”, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo.

O trabalho faz alertas importantes sobre o aumento de eventos com temperaturas e umidade além do suportável para as pessoas.

No entantonão cita o Brasilnão tem dados relevantes sobre a América Latina, e muito menos diz que esses locais ficariam inabitáveis em determinado período.

Primeiro, é preciso saber quea pesquisa faz uma análise de dados históricos entre 1979 e 2017 e não faz uma projeção para 2070, como sugerem os conteúdos que circulam recentemente.

O estudo é assinado por Colin Raymond (autor principal), pesquisador que atua na Nasa, e que mapeou as temperaturas do bulbo úmido. Essa não é a temperatura dos termômetros, mas uma medida que relaciona calor e umidade do ar para avaliar o estresse térmico.

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