Um dos envolvidos na morte de advogado participava de programa de proteção à testemunha, diz promotor

Publicado em 16/07/2018, às 16h13

Por Redação

O promotor de Justiça, Napoleão Amaral Franco, que ofertou a denúncia contra seis acusados de envolvimento na morte do advogado José Fernando Cabral de Lima, recebeu a reportagem do Portal TNH1, na tarde desta segunda-feira (16), na sede do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), no bairro do Poço, e revelou que um dos autores materiais do assassinato, Irlan Almeida de Jesus, participava de um programa de proteção à testemunha.

"O Irlan, um dos executores da vítima, já estava em Alagoas sob medida protetiva. Ele tinha vindo da Bahia, para onde fugiu após o crime contra o advogado. E ainda se envolveu nessa", destacou.

Segundo o promotor, em depoimento logo depois da prisão, Irlan não assumiu participação na morte do advogado e afirmou que não esteve no local, mas teria alugado a moto usada no crime. Ele relatou à polícia que foi contratado por Sinval José Alves, sócio do advogado e acusado de ser o autor intelectual do crime.

Além de Irlan, outro homem identificado como Denisvaldo Bezerra da Silva Filho também foi apontado como autor material do crime. São eles que aparecem nas imagens registradas por uma câmera de segurança nas proximidades do escritório onde a vítima foi morta a tiros. 

O promotor de justiça também destacou a situação de Raimundo Pereira da Silva, que também se encontra preso. Segundo Amaral Franco, ele tinha conhecimento do ocorrido e é suspeito de tentar extorquir a vítima em um primeiro momento, e após a morte dela, tentou extorquir Sinval. 

"Acredito que o Raimundo sabe de mais coisas. Ele está detido pela tentativa de extorsão já que é um crime conexo ao de homicídio. Em tese, todos irão ao tribunal do júri. Pode ser que durante o processo alguém consiga mostrar que ele não teve participação", disse. 

"Fica clara a participação de Irlan, Denisvaldo e Sinval. Agora a secretária e o esposo dela nós temos indícios, e vamos ver durante a instrução processual se esses indícios se confirmam. O inquérito apontou que o casal fazia a ponte entre Sinval e os executores, ele sabia de toda a trama", acrescentou.

A denúncia do MPE já foi recebida pela Justiça e o processo está na fase da citação para a apresentação das respostas.

O crime

No dia 3 de abril deste ano, José Fernando estava em seu escritório, no bairro de Ponta Verde, com dois colegas, entre eles, o sócio Sinval Alves, quando dois bandidos entraram no local e renderam todos. Eles teriam ficado ajoelhados e José Fernando foi atingido no ouvido. O crime inicialmente foi considerado um assalto, mas a dupla não levou todos os pertences, deixando inclusive o celular da vítima.

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