Um novo armamento ucraniano fez sua estreia ao atacar alvos russos no início dessa semana, nas primeiras horas de domingo. Trata-se do Sypaq Corvo, aeronave não tripulada de baixo custo de fabricação australiana, também conhecido como 'drone de papelão'. O uso desses dispositivos contra a base aérea de Kursk, na Rússia, foi confirmado pelo embaixador da Ucrânia na Austrália, Vasly Myroshychenko, pelas redes sociais.
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Baratos e descartáveis, esses tipos de drones podem ser adaptados para realizarem ataques nos quais se autodestroem, sendo conhecidos, portanto, como 'kamikazes'. De acordo com a fabricante, apesar de popularmente conhecidos como 'drones de papelão', eles são feitos de foamboard (papel pluma), outro tipo de material.
Em março deste ano, o governo australiano iniciou a doação de centenas destes drones para a Ucrânia. Segundo a fabricante , esses dispositivos tem uma autonomia de cerca de até 120 km e uma capacidade de transportar carregamentos de no máximo 3 kg.
Um dos atrativos desses drones é o baixo custo para padrões militares, com cada unidade sendo vendida por cerca de R$ 17,3 mil. De acordo com as autoridades ucranianas, o ataque a base aérea de Kursk atingiu aeronaves importantes do arsenal russo, como um MiG-29 e quatro caças Su-30.
Apesar de terem sido desenvolvidos para entregas e operações de reconhecimento, os drones de papelão poderiam ser facilmente adaptados para realizarem ações ofensivas, segundo disse o general australiano Mike Ryan ao jornal The Age. Ainda de acordo com o militar, por serem aeronaves pequenas e leves, seriam dificilmente detectadas pelos sistemas russos.
"O soldado pode montar o sistema com o mínimo de ferramentas, carregar a carga útil, programar o módulo aviônico com a localização alvo e lançar o veículo aéreo. Uma vez iniciado, o sistema não requer mais informações do operador. Ele vai transitar de forma autônoma até o alvo e pousar sem assistência.", explica a Sypaq em seu site sobre o funcionamento do drone.
Assim, neste domingo, uma leva de drones Corvo equipados com explosivos fez uma viagem só de ida para a base aérea russa. Essa foi a primeira vez que o uso destes dispositivos em ataques foi identificado no conflito. A informação começou a circular em canais russos no Telegram e foi posteriormente confirmada nas redes pelo embaixador Vasly Myroshychenko.
Segundo o representante diplomático da Ucrânia no país, a base aérea de Kursk era um alvo militar legítimo:
— A Rússia usa esse aeroporto para lançar operações militares e enviar mísseis para a Ucrânia — disse ele ao jornal The Age.
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