Tribunal anula casamento após noiva acreditar que união era para ganhar likes e seguidores

Publicado em 18/01/2025, às 08h28
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Por Extra Online

Um casamento foi anulado depois que a noiva disse a um tribunal de Melbourne (Austrália) que ela pensou que o casamento deles não passava de um golpe de mídia social para ganhar likes e aumentar os seguidores de ambos no Instagram.

O resultado do julgamento em vara de família, ocorrido em outubro, foi anunciado na quinta-feira (16/1). O juiz do caso anulou a união civil, celebrada em dezembro de 2023, após descobrir que a noiva que estava legalmente vinculada ao noivo, em vez de uma "armação", relatou reportagem no "Guardian".

A noiva, que não pode ser identificada por motivos legais, disse ao tribunal que conheceu o noivo num aplicativo de namoro em setembro de 2023 e se encontraram no dia seguinte numa igreja. À época, ela estava na casa dos 20 anos e ele estava beirando os 40.

Pelos três meses seguintes, eles permaneceram em contato, antes que ela dissesse que o noivo a convidou para uma "festa" em Sydney em dezembro. Ela disse que depois de chegar ao local ficou "chocada" ao saber que o homem havia "organizado um casamento".

A noiva disse que ficou desconfortável e queria ir embora, mas o noivo disse a ela que "era uma brincadeira simples".

"Quando cheguei lá e não vi ninguém de branco, perguntei a ele: 'O que está acontecendo?'", ela disse ao tribunal.

"Ele me disse que está organizando um casamento de brincadeira para suas redes sociais. Para ser mais preciso, Instagram, porque ele queria impulsionar o seu conteúdo e a fim de monetizar com a sua página do Instagram."

No tribunal de Melbourne, foram exibidas imagens da cerimônia, mostrando o casal trocando votos e alianças. Vídeos mostram a noiva "entusiasmada", mas ele esclareceu ao juiz que estava "apenas representando". Era ao menos o que ela achava.

"Tivemos que agir daquela maneira para fazer parecer real", disse ela.

A mulher, que não era residente permanente, disse que só descobriu que o casamento "de mentira" era legal depois que ele pediu que ela adicionasse o nome dele ao pedido de residência permanente, o que poderia ajudá-lo a obter uma autorização semelhante.

A farsa finalmente foi escancarada. O noivo confessou que tinha "organizado o casamento para ajudá-lo" a permanecer na Austrália. A vítima disse que estava "furiosa" por ter sido "enganada desde o começo".

A noiva disse que não se casaria sem a permissão e a presença dos pais, nem sem um vestido de noiva ou uma festa de recepção.

O noivo, que tem 17.000 seguidores no Instagram, contou porém outros detalhes do relacionamento em sua defesa. Segundo ele, a noiva foi pedida em casamento um dia antes do "cerimônia" em Sydney. À época, disse ele, os dois estavam morando juntos. A vítima não negou ter sido pedida em casamento, mas esclareceu que "oficialmente" ele não deveria acontecer da forma como ocorreu, deixando bem claro que tudo não passou de uma encenação.

O juiz do caso rejeitou a alegação do noivo de que eles estavam morando juntos, descobrindo que, em vez disso, o casal mantinha residências separadas. O magistrado disse, ainda, que é "inacreditável" que a noiva se casaria com o noivo "menos de dois dias" após aceitar sua proposta.

"A requerente não tinha um único membro da família ou amigo presente na suposta cerimônia de casamento. Ela era religiosa", escreveu ele.

"Exatamente por que ela participaria de um casamento civil e não de uma cerimônia de casamento na igreja não foi explorado. Não fazia sentido para mim que ela o fizesse."

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