Ivanildo Nunes da Silva, de 72 anos, foi absolvido, na tarde dessa terça-feira, 30, da acusação de estupro de vulnerável, após comprovação, por meio de laudos de especialistas e do testemunho da suposta vítima do treinador de futebol, demonstrarem que não houve abuso.
LEIA TAMBÉM
Na defesa, o defensor público André Chalub Lima explicou que a criança foi levada para a Delegacia sem a presença do pai, o qual afirma que ao chegar na Delegacia seu filho já estava depondo e que as palavras do menino tinham sido distorcidas.
O defensor ressaltou que os pais do menor sequer foram ouvidos como testemunhas e que a própria criança negou em diversas oportunidades que o abuso aconteceu.
O defensor destacou, ainda, o laudo feito por uma pedagoga, uma assistente social e uma psicóloga, no qual as profissionais afirmam que a criança não apresentou nenhuma situação em suas atividades diárias que se correlacione com o acontecido. Além disso, elas também observaram que o menino deseja voltar às atividades diárias com o treinador, “[A criança] demonstra suas emoções de forma coerente e não apresenta fantasias nem vivências que possam sugerir fuga do sofrimento”, informou um dos laudos.
Além do depoimento da criança, o defensor observou que não surgiram novas vítimas no decorrer do processo, situação comum em casos que envolvem abusadores em série.
Em razão da clareza das provas que demonstravam a inocência do acusado, o Ministério Público concordou com o pedido de absolvição feito pela Defensoria Pública e o juiz da 1ª Vara/Infância Criminal e Execuções Penais, Alberto de Almeida, concluiu pela improcedência da denúncia e absolveu do réu.
O caso
No mês de março do ano passado, o treinador de futebol Ivanildo Nunes da Silva, de 72 anos, foi preso após um suposto flagrante de abuso sexual contra um de seus alunos, ocorrido durante o treino no Parque Ceci Cunha, em Arapiraca.
Devido à divulgação de imagens, o professor foi vítima de constrangimento, com divulgação de sua imagem durante a investigação das denúncias.
No entanto, em testemunhos posteriores e entrevistas com profissionais da área de psicologia, pedagogia e assistência social, o menino negou o abuso, esclarecendo que ficou confuso com todo o tumulto no dia do suposto flagrante e com as perguntas e afirmações feitas pelos policiais no caminho para a delegacia e o durante o primeiro depoimento.
Segundo o menino, o treinador sempre dava dois reais a todos os seus alunos após os treinos para que eles comprassem “flaus”. O idoso também tinha o hábito de massagear as mãos dos estudantes quando eles caiam ou se machucavam, como forma de ajudar a “curar”.
No dia do suposto abuso, o treinador estaria apenas massageando a mão do menino e o ato teria sido confundido com um abuso. O depoimento da criança foi corroborado pelos pais do menino e outras testemunhas.
LEIA MAIS
+Lidas