Alagoas

"Todos trabalham com medo", diz irmã de jovem que sumiu na Lagoa após cair de ponte

Eberth Lins | 14/08/24 - 12h43
Eraldo Rodrigues, de 21 anos, sumiu ao cair de estrutura e desaparecer nas águas da Lagoa Mundaú | Foto: Reprodução

A família do jovem Eraldo Rodrigues Neto, de 21 anos, que sumiu enquanto trabalhava na manutenção da Ponte Divaldo Suruagy, que liga os municípios de Maceió e Marechal Deodoro, segue aflita e está mobilizada desde as primeiras horas desta quarta-feira (14) acompanhando as buscas pelo trabalhador. Ele caiu de uma plataforma e desapareceu nas águas da Lagoa Mundaú, nessa terça-feira (13). O Corpo de Bombeiros (CB) fez buscas ontem, mas não conseguiu localizar o jovem. O trabalho de busca, que precisou ser suspenso por conta da hora e falta de luminosidade, foi retomado hoje, mas até o início da tarde não houve atualizações. 

Ao TNH1, a irmã do jovem, Aurilene Rodrigues, contou que o irmão se queixava com frequência da segurança do trabalho. "Ele dizia que todos os funcionários trabalham com insegurança e com medo, só trabalham por necessidade", disse ela, acrescentando ter ouvido do irmão também o relato de um acidente semelhante. "Mês passado, já tinha acontecido um acidente com as mesmas proporções", afirma.

Eraldo Rodrigues Neto, segundo a irmã, trabalha na empresa somente há três meses. "Era um jovem cheio de sonhos, estava com planos de comprar os móveis para morar junto com a namorada", acrescentou.

Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) afirmou que a obra contava com todas as normas de segurança. "O DER destaca que a obra era fiscalizada diariamente e todas as normas de segurança, que incluem a disponibilização e o uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), eram atendidas pela construtora responsável", traz a nota.

A reportagem também procurou a empresa responsável pelo serviço de revitalização da ponte, que respondeu  não ter conhecimento do acidente. Veja, abaixo, como é a estrutura de onde caiu o trabalhador:

O acidente será investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que já protocolou uma denúncia para que as circunstâncias do ocorrido sejam apuradas.