Tite se rende a Everton Ribeiro depois de dispensá-lo do Corinthians

Publicado em 05/10/2020, às 18h34
Alexandre Vidal / Flamengo
Alexandre Vidal / Flamengo

Por Folhapress

Aos 21 anos, Everton Ribeiro não conseguiu convencer Tite de sua qualidade. Aos 31, é uma das armas do treinador no caminho da seleção brasileira rumo à Copa do Mundo de 2022, no Qatar.

O meia do Flamengo está entre os convocados do time nacional para as partidas contra Bolívia e Peru, pelas rodadas inaugurais das Eliminatórias, sexta-feira (9) e terça-feira (13), respectivamente.

Ele já havia sido chamado pelo técnico na lista de março, data inicialmente prevista para o início da competição, mas com a paralisação do futebol pela pandemia o reencontro não se concretizou.

Mantido no grupo, o paulista de Arujá espera enfim ter uma chance de atuar sob comando do gaúcho.

No Corinthians, ele não alcançou o objetivo. No breve período em que conviveu com o técnico no clube alvinegro, esteve no máximo no banco de reservas, sem que seu aproveitamento fosse efetivamente considerado.

Àquela altura, em 2011, ainda jovem, o meia já acumulava alguma experiência. Depois de ser revelado pelo próprio Corinthians e ter participado como lateral esquerdo da campanha do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2007, ele teve seguidos empréstimos ao São Caetano, clube pelo qual se saiu bem na Série B de 2010.

Foi como destaque da segunda divisão que Everton voltou ao Parque São Jorge para a temporada 2011. Os dirigentes apostavam que ele ganharia espaço, porém Tite, que havia chegado no final de 2010 e apressava a formação da equipe para o que seria um histórico fracasso na fase prévia da Copa Libertadores, não considerou dar oportunidades ao atleta.

Havia dois grandes empecilhos. O treinador mostrava resistência a atletas de baixa estatura e também tinha clara desconfiança em relação aos mais jovens.

Everton, 1,74 m, observou o chefe fazer vários testes. Bruno César, Cachito Ramírez, Danilo (após um 2010 ruim, bem longe de conquistar a torcida) e Morais se revezaram na função de meia central. Pelos lados, onde o garoto também poderia atuar, além dos titulares Jorge Henrique e Dentinho, Edno foi usado com frequência.

O jovem percebeu que não teria vez e acabou sendo liberado, no final de fevereiro, ao Coritiba. Lá, encontrou o técnico Marcelo Oliveira, que o transformou em maestro do time e o levou para ser bicampeão brasileiro no Cruzeiro.

Depois de ganhar seu primeiro título nacional vestindo azul, em 2013, o paulista foi escolhido como o grande nome do campeonato no tradicional prêmio Bola de Prata, da Revista Placar. Tite lhe entregou o troféu de melhor meia e observou: "Como é bom ver a evolução de um jogador".

O gaúcho elogiou o trabalho do atleta e fez questão de aclamá-lo como o craque da competição também em sua opinião, não só na do júri. Nem fazia tanto tempo que ele tivera o baixinho à sua disposição, mas a memória, segundo o técnico, era turva.

"Eu nem sabia se ele era do clube", disse, referindo-se aos direitos econômicos. "Era? Bom, não tive tempo. Se ele jogou, foi pouco. Não foi considerável para eu fazer a avaliação. Se o tempo de análise tivesse sido maior...", acrescentou, na ocasião.

Everton foi do Cruzeiro ao Al-Ahli e retornou dos Emirados Árabes Unidos ao Brasil para se tornar peça-chave do vitorioso Flamengo de 2019. Neste ano, continua como um dos destaques do time rubro-negro.
Agora, espera enfim ter uma chance -e agarrá-la- sob o comando de Tite.

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