A prefeitura de Natal divulgou nesta quinta-feira (9) que o teste da mãe do bebê de quatro dias, morto na terça, depois de ter teste positivo para o novo coronavírus, deu negativo.
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A mãe relatou que teve gripe recentemente, mas não soube indicar a data exata do início dos sintomas. Como a oportunidade para que o exame dê positivo é até o sétimo dia de sintoma, há chances de que o resultado tenha sido um falso negativo.
A mulher irá passar agora por um novo exame de coleta de sangue (sorologia) que busca identificar se em algum momento ela teve contato com o vírus Sars-CoV-2 e desenvolveu anticorpos contra ele.
A investigação conduzida pela Secretaria Municipal de Saúde busca esclarecer ainda se a criança contraiu o vírus por transmissão vertical - passado da mãe para o filho - ou depois do parto.
"A contaminação vindo do contato com alguém depois do nascimento é uma possibilidade muito remota, porque a coleta [de swab] foi muito rápida, entre 6 e 7 horas depois do nascimento", explica Juliana Araújo, diretora do departamento de vigilância em saúde de Natal.
A mulher de 38 anos deu entrada no hospital no dia 2 de abril, com pressão alterada e em quadro de pré-eclâmpsia. Ela estava com 30 semanas de gestação. Além de hipertensão, o quadro dela indicava comorbidades como diabetes, obesidade e síndrome respiratória a esclarecer.
Assim que foi estabilizada, os médicos realizaram uma cesárea de emergência. O bebê nasceu na madrugada do dia 3, em um parto complicado, segundo relatos da equipe.
Sem maturação pulmonar, o que é comum em bebês prematuros, ele foi levado diretamente à UTI neonatal, com insuficiência respiratória.
"A pergunta é: foi um óbito por coronavírus ou foi um óbito que também deu positivo para o coronavírus? Isso só a investigação mais aprofundada que pode dizer. De toda forma, entra para o banco de dados como um óbito", diz Araújo.
As equipes analisam agora exames da criança e revisam a pouca literatura existente sobre casos similares no mundo para esclarecer o caso.
Araújo diz ainda que não há um protocolo a ser seguido em atendimentos de casos como esse. A criança foi isolada logo depois do nascimento e não teve contato nem com a mãe, apenas com profissionais de saúde.
"Toda conduta que tinha que ser seguida, foi seguida", diz ela.
O bebê foi a terceira morte registrada na capital potiguar, que tem ainda 117 casos confirmados. No Rio Grande do Norte, há 11 mortes e 261 casos confirmados.
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