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Templo milenar de civilização retratada no filme Indiana Jones é achado submerso na Itália

Época Negócios | 23/10/24 - 15h38
Foto: Michele Stefanile/Scuola Superiore Meridionale

Arqueólogos descobriram altares antigos e lajes de mármore com inscrições submersas ao longo da costa italiana de Pozzuoli, perto de Nápoles. Os achados são parte das ruínas de um templo de 2 mil anos, construído por imigrantes de Nabataea, um antigo reino da Península Arábica cujo “tesouro” esculpido na rocha foi retratado no filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”.

Segundo os pesquisadores, a existência de um santuário nabateu na zona portuária confirma que havia uma comunidade dessa região que participava de atividades comerciais de Puteoli (como era conhecida a cidade de Pozzuoli na Antiguidade).

A atividade vulcânica ao longo dos séculos mudou significativamente o litoral da região, submergindo e preservando cerca de 2 km de armazéns e outros edifícios associados ao antigo distrito portuário.

Em estudo publicado na revista Antiquity, os arqueólogos dizem ainda acreditar que o templo foi propositalmente enterrado no século II d.C. com uma mistura de concreto e cerâmica quebrada.

Os tesouros submersos

A descoberta do templo submerso foi feita em 2023 durante uma exploração arqueológica subaquática do porto de Puteoli, sendo que a equipe passou o último ano escavando as ruínas. Agora, os detalhes das descobertas foram publicados.

Foram encontradas duas salas submersas com paredes de estilo romano medindo cerca de 10 por 5 metros. Dois altares de mármore branco estavam encostados à parede de uma das salas. Ambos incluíam vários recessos retangulares, que provavelmente já abrigaram pedras sagradas.

Cada uma das salas continha também uma placa de mármore com a inscrição latina “Dusari sacrum”, que significa “consagrado a Dushara”, o principal deus da antiga religião nabateia. O Reino Nabateu se estendia do norte da Arábia ao Mediterrâneo oriental.

Do quarto ao segundo século a.C., os nabateus controlavam uma crescente rede comercial de bens de luxo, como incenso, ouro, marfim e perfumes, acumulando enorme riqueza no fim do século I d.C. A enorme tumba, muitas vezes chamada de Tesouro, na capital nabateia de Petra, foi construída nessa época.