O presidente da República, Michel Temer, decidiu disputar a campanha para ser eleito presidente do Brasil em 2018, segundo afirmou nesta quinta a revista Istoé.
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A decisão é "de um mês e meio para cá”, segundo contou em entrevista na quarta-feira 21, no Palácio da Alvorada, publicada nesta sexta (23). Até então, ele pensava em deixar de vez a política, mas abandonou a ideia.
A mudança ocorreu diante da perspectiva de adversários políticos passarem a atacá-lo moralmente e desconstruir o que ele fez. “No Brasil, sempre foi assim: quando um governo substitui outro, quer acabar com o que o governo anterior deixou”, afirma. Temer aponta como conquistas do seu "legado" o teto de gastos, a reforma trabalhista, a queda dos juros e da inflação e até a não aprovada reforma da Previdência.
As ideias da campanha de Temer fazem parte de um programa intitulado “Ponte para o futuro 2”, ainda em elaboração por intelectuais do MDB e pela Fundação Ulysses Guimarães.
“Tentaram me derrubar três vezes, essa é a terceira onda de acusações”. Refere-se a episódios como o da gravação de Joesley Batista, da JBS, e o mais recente inquérito envolvendo o Porto de Santos. Ao se defender, insiste que a maioria dos seus detratores dorme na cadeia.
O presidente pretende já começar a percorrer vários estados do país a fim de realçar suas realizações e falar diretamente ao eleitor. A intenção é reverter os altos índices de impopularidade aos quais atribui à campanha difamatória urdida contra ele, ao fato de não ter adotado medidas “populistas” e à “ausência de conexão” entre as realizações do governo e a sua figura. Sobre as alianças eleitorais afirma que o ideal seria uma candidatura única do chamado espectro político de centro. Considera que, com sua capacidade de negociação, será capaz de aglutinar os interesses para compor uma base de sustentação sólida em cada estado e município do País.
O presidente tem até agosto para oficializar sua candidatura. Mas o anúncio da entrada de Temer no tabuleiro eleitoral, por si só, já modifica a distribuição das peças do jogo sucessório. “Recuperei um País que estava quebrado. Eu me orgulho do que fiz e preciso mostrar o que está sendo feito. Se eu não tiver uma tribuna o que vai acontecer é que os candidatos sairão e vão me bater. Seria uma covardia não ser candidato. Terei como defender o que fizemos no governo. Porque se chega alguém que vai destruir o que fizemos, ele vai destruir necessidades do Brasil. Como vou abandonar tudo isso? Estou nisso há trinta anos. Fui presidente da Câmara. Fui presidente do partido".
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