SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Tatá Werneck lembrou o episódio de quando foi expulsa da escola em que estudava. A atriz de "Deus Salve o Rei" disse que o colégio era muito conservador e que o frei decidiu por sua expulsão por discriminação de gênero.
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"Tinham várias coisas que eu não concordava e como militante eu fui expulsar o frei da escola porque achei justo. Eu falei, "olha, tem um abaixo-assinado e você está fora. Foi uma decisão nossa. Eu sou representante de turma e tenho um poder". Eu era bagunceira, mas algumas bandeiras que faziam sentido eu levantava", contou ela no "Altas Horas" deste sábado (10).
Tatá disse que a escola preparou uma lista dos 10 alunos mais bagunceiros, sendo ela a única mulher da relação de estudantes. O pai foi convocado a ir ao colégio, quando o frei anunciou a decisão:
"[O frei falou] "Se eu tivesse que pintar um rosto de um anjo, eu pintaria o da sua filha, mas ela é o demônio e vamos expulsá-la da escola". Meu pai, "Vocês estão expulsando minha filha por quê? Os outros nove alunos vão ser expulsos?" Ele falou: "Não. Mas porque ela é a única mulher a fazer bagunça dessa maneira"".
O tempo passou e, após ganhar um prêmio de mulher do ano pela revista "GQ Brasil", Tatá observou que o mundo está mudando para melhor: "Pensei que as mesmas razões pelas quais um frei me expulsou da escola pelos padrões femininos que a escola implementava, fizeram com que eu fosse enaltecida por uma revista como mulher de ano".
"Ai falaram, "o cara te expulsou e olha no que você se tornou. Eu falei, "em nada, eu me tornei o que sempre fui, mas o olhar das pessoas está mudando". Hoje tenho uma voz que sempre tive e que era forçada pela escola que não chegasse até todo mundo", declarou.