Jardel Lima dos Santos, 27 anos, que reside no Vale do Reginaldo, denunciou ter sido vítima de abordagem truculenta praticada por policiais militares do Batalhão da Rotam, na tarde de terça-feira, 09. Ele afirmou que estava na porta de casa quando foi abordado com agressividade pelos PMs. O jovem teria sido golpeado no pescoço e depois derrubado no chão, onde teria sofrido com mais agressões. Um vídeo foi gravado por um morador da comunidade e mostra a confusão envolvendo os militares e o denunciante. Assista abaixo:
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Jovem denuncia abordagem truculenta da PM no Vale do Reginaldo; veja vídeo pic.twitter.com/xdXTwaYqf6
— TNH1.com.br (@PortalTNH1) May 10, 2023
A família de Jardel conversou com o TNH1 na manhã desta quarta-feira, 10, e confirmou que um Boletim de Ocorrência foi registrado na Central de Flagrantes logo após o ocorrido, e que o rapaz também se submeteu ao exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Os pais da vítima também procuraram a Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Alagoas para formalizar a denúncia.
Dona Eliane, mãe do jovem, afirmou que ele cortava o cabelo de um vizinho na entrada da residência da família quando foi surpreendido pela equipe da Rotam. A mulher contou que o filho chegou a levantar o avental para mostrar que estava desarmado após ordem dos policiais e, logo depois, ele levou um tapa no pescoço e recebeu um mata-leão, técnica de estrangulamento utilizada em modalidades como judô e jiu-jitsu.
"Eu tinha entrado, estava com dor de cabeça e me deitei. Aí ouvi os gritos de meu filho, dizendo que era pai de família e que não era bandido. Foi aí que me levantei e fui ver o que estava acontecendo. Mandaram ele calar a boca e começaram as agressões, com chute, tapa...", iniciou dona Eliane.
"Eu gritei dizendo que estavam matando meu filho. Foi aí que subi em cima do meu filho para protegê-lo, e deram um murro para pegar nele e pegou em mim. Depois continuei sendo agredida", continuou a mulher ao destacar que o jovem tem crises de epilepsia e toma medicamento controlado.
Após ser derrubada no chão, a vítima teve o rosto pressionado pelo joelho de um dos policiais. Além da mãe dele, que tentou defendê-lo, a sogra, uma idosa de aproximadamente 80 anos, também teria sido agredida pelos policiais. "Ela foi empurrada pelos policiais, meu esposo que tinha saído e voltado no momento da confusão, também foi empurrado. Eles não estavam deixando ninguém se aproximar, e continuaram batendo no meu filho", explicou a mãe.
Depois de sofrer as agressões, o jovem foi colocado sentado em uma cadeira, e ainda foi ameaçado verbalmente. Ele disse que estava sem forças para se levantar devido ao espancamento que tinha sido vítima.
"Hoje nós vamos na OAB, como nos orientaram, vamos levar toda a documentação, do exame de corpo de delito, do B.O., são quatro papéis que estou. E vamos apresentar na OAB. Nós somos cristãos, não somos bandidos", disse o pai de Jardel, seu Josivaldo.
O TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar por e-mail e, por meio de nota, a instituição explicou que uma investigação preliminar foi iniciada para apurar a situação. Leia abaixo:
"Sobre a abordagem ocorrida no Vale do Reginaldo, a Polícia Militar Informa que a Corregedoria-Geral da Corporação recebeu e ouviu a família do envolvido. A denúncia junto à PM foi formalizada e já foi determinada a abertura de uma investigação preliminar para apurar o ocorrido".
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