TAC das torcidas é firmado pelo MP-AL; 1ª rodada teve briga em arquibancada

Publicado em 18/01/2023, às 13h45
Divulgação / MP-AL
Divulgação / MP-AL

Por TNH1 com MP-AL

O Ministério Público de Alagoas firmou nesta quarta-feira (18) um termo de ajustamento de conduta (TAC) estabelecendo normas para a participação das torcidas organizadas nas partidas de futebol a serem realizadas em Maceió. A ideia é garantir o bem-estar dos frequentadores e coibir possíveis atos de violência durante os jogos. O TAC foi firmado entre o MP, a Polícia Militar, a Federação Alagoana de Futebol, o CSA, o CRB e as torcidas organizadas.

De acordo com o promotor de Justiça Bruno Baptista, um dos principais pontos do TAC é o envio aos times de futebol dos documentos de todos os associados às torcidas organizadas. Isso vai permitir o controle por parte do Ministério Público e do MP, assegurando-se, dessa forma, que as partidas corram da melhor forma possível.

“A nossa ideia não é impedir as torcidas organizadas de adentrarem aos estados, mas garantir com que os órgãos responsáveis por fiscalizar tenham acesso às as informações necessárias para, por exemplo, punir eventuais torcedores que praticarem ilícitos. Outros pontos foram trabalhados na reunião, mas o foco hoje foi exigir a obrigatoriedade de apresentar esses documentos pela torcida”, pontuou.

Além de estabelecer o cadastramento dos integrantes torcidas junto aos clubes como pré-requisito para a entrada nos estádios, o MP também solicita que as torcidas enviem à PM ofícios dos torcedores até 48 horas antes das partidas para que os documentos sejam analisados. A PM vai realizar reuniões com representantes das torcidas para a elaboração de um plano de ação com a participação dos torcedores.

Briga na estreia - A firmação do TAC acontece três dias após cenas lamentáveis serem protagonizadas por torcedores nas arquibancadas do Gérson Amaral, em Coruripe, na partida entre CRB e Cruzeiro-AL. 

"Informo que aos 2 minutos do segundo tempo, a partida foi paralisada por estar havendo confronto das torcidas, ambas do CRB. O policiamento teve que intervir para cessar a confusão. Foi disparado um tiro de bala de borracha, de advertência para o alto. A partida ficou paralisada por 1 minuto e 20 segundos. Após esse ocorrido, a partida teve seu prosseguimento normal", relatou o árbitro Jonata de Souza Gouveia na súmula do jogo.   

Partidas - Sobre os jogos, os torcedores serão autorizados a entrar nos estádios com o seguinte material: faixas, bandeiras sem mastro, bandeirão, instrumentos musicais, sirenes, camisas, calções e bonés com símbolo. As torcidas que assinaram o TAC com o MPAL deverão manter fechadas as suas sedes quando uma torcida adversária estiver jogando.

Sobre a colocação de faixas, só será permitida nos setores 4, devendo-se respeitar os corredores de acesso aos assentos. As faixas também não podem prejudicar a visibilidade das câmeras de segurança. Nos clássicos entre os times CSA e CRB, o time visitante apenas poderá colocar as faixas nos setores 3 e 4. Não será autorizado que torcidas visitantes entrem no Estádio Rei Pelé com faixas e instrumentos musicais.

Quem desejar entrar com material, como instrumentos musicais e faixas, deve comparecer ao local até uma hora antes do início da partida. Para quem tiver apenas com camisas, calções e bonés das torcidas, o horário para a entrada no estádio é até 30 minutos antes do início da partida, com acesso pela rampa 2 do Estádio Rei Pelé.

TAC - O subcomandante de Policiamento da Capital, tenente-coronel Glemerson, falou sobre a importância do TAC. É por meio do documento que a PM poderá definir os procedimentos a serem realizados durantes os jogos para garantir a segurança dos frequentadores. “A ideia é que se faça uma ação conjunta de forma que alcance o objetivo principal, que é a segurança pública e também responsabilizar aqueles que porventura venham a praticar algum ato ilícito”, afirmou.

O diretor jurídico do time CRB, Eduardo Marinho, reforçou que o objetivo da reunião é fazer com que os jogos corram da melhor forma possível e, dessa forma, os torcedores tenham uma boa experiência durante os jogos. “O estádio é um local de família. A ideia não é coibir as torcidas. Mas, quem vai ao estádio, deve ir com o intuito de prestigiar o espetáculo e não participar de situações que possam envergonhar a própria torcida”, comentou.

Para Luanderson Mateus, vice-presidente da Torcida Organizada Galo de Campina, a iniciativa do MP é fundamental para a realização dos jogos, destacando que o papel do torcedor é apoiar o clube. “As torcidas organizadas devem chegar junto aos clubes de forma educada e organizada, como o próprio nome diz, evitando baderna. Não podemos deixar que meia dúzia de pessoas prejudiquem toda a entidade”, completou.

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