O desaparecimento de um menino de apenas dois anos no último sábado (8) vem mobilizando moradores e autoridades em um vilarejo na França. O garotinho, chamado Émile, desapareceu do quintal da casa dos avós maternos em Haut-Vernet, de apenas 200 habitantes, no sudeste francês, onde passaria as férias de verão.
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Uma busca desesperada, envolvendo 80 agentes, helicópteros, drones e cães farejadores, foi iniciada no mesmo dia, em um raio de aproximadamente cinco quilômetros para encontrar a criança. Sem sucesso, a polícia decidiu diminuir o raio de busca para apenas 1,8 quilômetros e se concentrar na própria aldeia. O acesso a qualquer pessoa de fora foi proibido.
Nesta quinta, no entanto, as autoridades anunciaram o cancelamento das buscas para mudança de estratégia - o foco será para a avaliação das evidências já reunidas. O promotor local Remy Avon disse que a polícia “não tem pistas, nenhuma informação, nenhum elemento que possa nos ajudar a entender esse desaparecimento”.
O que aconteceu?
Os avós notificaram a polícia do desaparecimento de Émile por volta das 17h15, horário local, no sábado. Dois vizinhos disseram ter visto o menino pela última vez neste horário sozinho, em um beco da aldeia.
A polícia afirmou à imprensa que pelo menos dez pessoas estavam presentes na propriedade onde Emile foi visto pela última vez durante uma reunião familiar, com “vários tios e tias da criança, de todas as idades, incluindo alguns menores”, disse um agente.
Na última segunda, após 48 horas de procura, o prefeito Marc Chappuis lamentou a demora para encontrar a criança e disse que o trabalho de buscas continuaria. "Não perdemos a esperança",
Jean-Marcel, amigo dos avós da criança desaparecida, disse que a criança não poderia ter “evaporado” da aldeia, que está acostumada a ver crianças brincando livremente na rua. “Na noite de sábado, ouvi a notícia pelo telefone e disse a mim mesmo que eles encontrariam o menino”, disse o homem, morador de Haut-Vernet, à rede local BFM DICI. “Aí depois, quando se passaram 24 horas, 48 horas e você percebe que uma criança de dois anos e meio não pode evaporar assim, é uma grande preocupação.”
Aldeia "amaldiçoada"
O desaparecimento do menino reavivou duras recordações para a população, que nos últimos 15 anos assistiu a um brutal homicídio e a um desastre aéreo que fez 150 mortos. Moradores disseram à mídia temer que sua vila possa ser “amaldiçoada".
O desastre aéreo aconteceu em março de 2015, quando um avião da Germanwings - fazia a ligação entre a cidade espanhola de Barcelona e Düsseldorf, na Alemanha - despenhou-se naquela área. A investigação concluiu que não se tratou de um acidente, mas sim de um ato deliberado do próprio copiloto da aeronave, o alemão Andreas Lubitz.
A população do vilarejo, a cerca de 16 quilômetros do desastre, acabou por se voluntariar para apoiar as autoridades durante as diligências e todo ano acolhe as famílias que voltam ao local para homenagens.
Anos antes, em outubro de 2008, Jeannette Grosos, de 68 anos e gerente do Café du Moulin, foi brutalmente assassinada à pancada, dentro do próprio estabelecimento. O autor do crime, um rapaz de 21 anos, era um cliente do café e sofria de esquizofrenia. A população ficou em choque.
Missa - Na noite de quarta-feira (12) a família se reuniu com a comunidade em uma missa. O avô do menino desamaiou ao final da cerimônia. “Eles são muito unidos, quase místicos. Claramente, eles se refugiam na religião para enfrentar esta tragédia”, disse um vizinho.
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