A 3ª comissão disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu punir o Santos nesta quarta-feira com a perda de seis mandos de campo na Série B do Campeonato Brasileiro por causa das confusões ocorridas na Vila Belmiro na última rodada do Brasileirão do ano passado. A derrota para o Fortaleza naquela partida decretou o rebaixamento da equipe paulista.
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Além de não poder jogar na Vila Belmiro no início de sua trajetória na segunda divisão, o Santos terá que jogar as seis partidas com os portões fechados. O clube, que também foi multado em R$ 100 mil, deve recorrer da decisão junto ao Pleno do STJD.
O presidente da 3ª comissão disciplinar, Luís Felipe Procópio, argumentou que a decisão sobre os portões fechados se deve ao potencial de torcida que o clube tem em outras cidades e até outros estados. Assim, o Santos poderia até obter benefícios financeiros com a perda de mando de campo.
As punições tiveram por base a denúncia do clube no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir". Na avaliação de Procópio e dos demais auditores, o Santos incorreu em todos os três incisos do artigo: "I - desordens em sua praça de desporto; II - invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo; III - lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo".
A vitória do Fortaleza sobre o Santos, por 2 a 1, no dia 6 de dezembro, foi marcada pela intensa insatisfação da torcida santista com o desempenho do time em campo, resultado que acabou sacramentando o primeiro rebaixamento do clube para a Série B. Alguns torcedores foram além das ofensas e xingamentos aos jogadores. Arremessaram objetos no campo e invadiram o gramado antes do apito final.
Os atos de intimidação e violência foram registrados na súmula pelo árbitro da partida, Leandro Pedro Vuaden, que precisou encerrar a partida antes do fim devido ao risco para todos os profissionais em campo.
Nesta quarta, no início do julgamento, que contou com a presença do presidente santista Marcelo Teixeira, o procurador do caso, Rafael Bozzano, pediu as punições máximas envolvidas no artigo 213: perda de mando de campo por 10 jogos e multa de R$ 100 mil. Ele alegou reincidência do Santos, que também teve problemas com a torcida em episódios na Vila Belmiro tanto em 2022 quanto no ano passado.
Os auditores divergiram da manifestação de Bozzano e reduziram a pena para seis jogos, variando o número de partidas com os portões fechados, até a decisão final de Luís Felipe Procópio sobre a perda de mando de campo de seis jogos sem a presença da torcida em todos.
AMEAÇAS - Durante o julgamento, o procurador do caso, Rafael Bozzano, revelou ter sofrido ameaças de torcedores santistas antes do julgamento desta quarta. O auditor Cláudio Diniz se solidarizou com o colega e pediu que a situação seja investigada para a futura identificação de quem fez as ameaças.
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