O radialista Rafael Henzel, um dos sobreviventes do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense há suas semanas, dia 29, está previsto para deixar a Colômbia nesta terça-feira, ao lado do lateral Alan Ruschel. Ele e outros dois jogadores do time já foram liberados pelos médicos em Medellín, onde o avião da companhia LaMia caiu por falta de combustível, de acordo com informações preliminares. O goleiro Follmann decola nesta segunda-feira para São Paulo, onde permanecerá para a continuação do seu tratamento.
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Em entrevista a um programa de TV, Henzel contou que ninguém no avião foi informado de que havia um problema sério na aeronave antes de ela bater no morro e se destruir, causando a morte de 71 pessoas, entre jogadores, dirigentes do clube de Santa Catarina, jornalistas e torcedores.
"Ninguém nos falou para colocar o cinto de segurança. Toda vez que perguntávamos sobre a chegada, falavam que faltavam dez minutos. Depois, desligaram as luzes e os motores. Isso causou certo temor, mas não fomos avisados de nada. Voamos sem saber o que ia acontecer", disse o radialista em sua primeira entrevista após de recuperar do acidente, dos problemas médicos causados por ter tido sete costelas quebradas e de uma pneumonia.
Henzel informou que estava sentado na penúltima fileira do avião, na poltrona do meio, e que os dois colegas ao seu lado morreram na queda. Ele foi o penúltimo a ser resgatado no dia, quando os colombianos já imaginavam que todos os sobreviventes haviam sidos retirados dos escombros.
O avião da LaMia perdeu altitude a 30 quilômetros do aeroporto de Medellín. Bateu num morro e foi deixando um rastro de destruição entre as árvores. Chovia no local na hora do acidente e fazia 12ºC. "Não teve pânico ou gritaria antes da queda. Teve um silêncio apenas", disse.
O radialista contou que chegou a ver seus amigos mortos ao seu lado antes de gritar por socorro. Ele achava que estava vivendo um pesadelo, e que acordaria em breve. Foi quando viu as luzes dos homens do resgate. Após o socorro, ele permaneceu sete horas desacordado. "Não me lembro da pancada do avião. Eu estava preso em duas árvores".
Henzel disse que se emocionou quando soube que o filho de 11 anos disse para sua mulher que "sentia a respiração do papai". Ele ficou sabendo do tamanho do desastre depois do terceiro dia no hospital. Seu único desejo agora é pisar em Chapecó e agradecer para o resto da vida a sorte de ter sobrevivido.
Sobreviventes do acidente da Chapecoense voltarão ao Brasil a partir desta segunda-feira, afirmou o médico Edson Stakonski. Ele disse que o lateral Alan Ruschel e o jornalista Rafael Henzel seguirão para Chapecó na terça, às 8 horas. O goleiro reserva Follmann decola no mesmo horário, mas na segunda-feira e vai ficar em São Paulo, onde continuará o tratamento.
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