Em depoimento, passageiro diz que motorista não conhecia trajeto da Serra da Barriga

Publicado em 26/11/2024, às 12h47
O acidente aconteceu nesse último domingo (24) - Foto: Theo Chaves/TNH1
O acidente aconteceu nesse último domingo (24) - Foto: Theo Chaves/TNH1

Por TNH1 com TV Pajuçara

A Polícia Civil de Alagoas começou a ouvir testemunhas do trágico acidente com um ônibus escolar que terminou com 18 pessoas mortas, na Serra da Barriga, em União dos Palmares, na tarde de domingo (26). A primeira pessoa ouvida, na manhã desta terça-feira (26), foi o passageiro Matheus Lopes, que conseguiu descer do veículo cerca de um minuto antes da queda de uma altura de mais de 400 metros.

De acordo com informações apuradas pelo repórter Alan Garcia, da TV Pajuçara, Matheus, que é integrante da Secretaria de Cultura de União dos Palmares, afirmou à polícia que o motorista do ônibus, Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, não conhecia o trajeto da Serra da Barriga. O condutor está entre os mortos da tragédia.

Ainda no relato, o passageiro disse que Luciano, em determinado trecho do trajeto, teria perguntado perguntando "onde ficava o local" e se "estariam perto do destino final". 

Sobre o momento do acidente, Matheus contou que o ônibus perdeu a tração durante o trecho final da subida. O motorista desligou o veículo e, nesse momento, o ônibus teria perdido os freios e a direção.

"Ele trouxe a dinâmica dos momentos que antecederam o acidente. Esse sobrevivente cita que o motorista conseguiu transpor a primeira ladeira e, quando estava chegando no topo dela, percebeu que não tinha força para subir, pois, aparentemente, o ônibus estava subindo em segunda marcha. O motorista teria resolvido recuar um pouco, pediu que os veículos que estavam atrás do ônibus, motos e carros, subissem e passassem, para que ele pudesse, em um ponto mais abaixo, pudesse engatar a primeira marcha e terminasse o trajeto. Segundo o relato dessa testemunha sobrevivente, o motorista teria desligado o veículo e, com isso, provavelmente teria perdido os freios e o controle da direção. São fatos trazidos por uma testemunha, outras serão ouvidas. Ainda é muito prematuro a gente ter certeza disso. Também vamos confrontar esses relatos com os laudos técnicos e periciais, com relação ao desligamento ou não do veículo", citou o delegado Guilherme Iusten, que está à frente das investigações.

Dono do ônibus, esposa do motorista e vistoriadores do veículo serão ouvidos

Além dos sobreviventes do trágico acidente, a Polícia Civil ainda deve ouvir o dono do ônibus escolar, a associação da empresa responsável pelo transporte das pessoas, a esposa do motorista e os responsáveis que fizeram vistorias nos veículos nos últimos meses.

Segundo as investigações, Luciano de Queiroz Araújo não era o proprietário do veículo. Ele teria pego o ônibus horas antes de fazer o trajeto da Serra da Barriga.

"A questão da vistoria no veículo, ela é feita por uma empresa privada. Semestralmente, esses ônibus escolares devem passar por essa inspeção veicular. Já foram intimidados e serão ouvidos os dois últimos vistoriadores. Com isso, eles vão trazer para nós os itens que foram verificados. Nós estamos em contato constante com os peritos, é um trabalho multidisciplinar", finalizou. 

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