O Estádio Rei Pelé vai ganhar um novo sistema de reconhecimento facial que pode ajudar as autoridades na identificação de torcedores suspeitos de violência ou de envolvimento com crimes em Alagoas e em todo o país. A informação foi confirmada pelo presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, em entrevista ao Pajuçara Futebol Clube, da Rádio Pajuçara FM.
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Na última semana, o torcedor do CSA Pedro Lúcio dos Santos, conhecido como "Peu", foi abordado por supostos integrantes de uma torcida organizada do CRB nos arredores do estádio, em um churrasquinho, e foi espancado com barras de ferro. Ele ficou internado no HGE por três dias, e morreu após ter complicações causadas pelos ferimentos na cabeça.
Felipe Feijó destacou, durante participação no PFC, que o novo sistema foi testado na final do Campeonato Alagoano deste ano, no jogo entre CRB e ASA, e o contrato foi recebido nesta semana para o acerto dos detalhes finais com a empresa responsável.
"Estamos contratando um serviço de monitoramento com identificação facial, então vão ser usadas essas câmeras nas entradas do Rei Pelé, para que a gente consiga identificar essas pessoas, marcá-las, e criar um banco de dados para termos noção de quem, por ventura, cometeu algo, ou que está banido de ir ao estádio, ou que está com mandado de prisão em aberto, ou coisas do tipo. Então a gente tem trabalhado nisso, dando nossa parcela de contribuição, para que a gente tente evitar essas coisas", disse o presidente da FAF.
"Acredito que nas próximas semanas, isso vai estar acontecendo. Recebemos o contrato, e a empresa está se organizando para poder começar. A gente fez um teste piloto na final do Campeonato Alagoano deste ano, na partida CRB e ASA, no Rei Pelé, e evoluímos para a contratação do serviço", acrescentou Feijó.
Ainda segundo o gestor, a violência diminuiu dentro dos estádios, porém fora dele, o número de casos ainda é grande, e o novo sistema pode ajudar a coibir as situações. "Isso não acontece com mais frequência nos estádios, é mais fora dele, na rua, nos arredores, que as pessoas se vestem de torcedores, de torcida organizada, para cometer crimes. Temos falado muito que precisamos punir o CPF das pessoas além do CNPJ das instituições. Isso tem sido cobrado. E temos nos colocado à disposição para contribuir", afirmou.
"O efeito é muito claro, a gente vê o afastamento das pessoas do estádio. E o principal fator é a violência. As pessoas deixam de usar a camisa do seu clube com medo da violência, e a gente não pode deixar que os poucos não prejudiquem a maioria", continuou o presidente da FAF. "As pessoas têm que ter medo de cometer crimes no ambiente esportivo", concluiu.
Torcedor do CSA morre após espancamento - Pedro Lúcio dos Santos foi espancado fora do estádio Rei Pelé, no dia 4 de maio deste ano, após o jogo do time do coração. As informações são de que as agressões partiram de membros de uma torcida organizada do CRB e aproximadamente 20 pessoas estariam envolvidas. Pedro Lúcio não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo passado no HGE.
Conforme apurado pelo TNH1, foram os próprios familiares que fizeram o resgate do torcedor. Parte da família tinha ido ao estádio para acompanhar a partida entre CSA e Confiança. Após o apito final, a família voltou para casa e apenas Pedro, que estava de férias, permaneceu próximo do estádio.
“Ele disse: 'Vou tomar duas cervejinhas e volto para casa'", contou um cunhado de Pedro ao TNH1. No final da noite, o cunhado foi acordado pela esposa, dizendo que recebeu uma ligação informando que Pedro estava desmaiado.
A Polícia Civil já conseguiu imagens de câmeras de segurança ao redor do Rei Pelé e tenta identificar os criminosos. Até o momento, ninguém foi preso.
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