A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está investigando uma morte possivelmente causada pela febre oropouche, em Maceió. A vítima testou negativo para dengue e faleceu durante a triagem para os testes aleatórios que comprovariam a outra doença. Para não expor a pessoa, a pasta não divulgou nem o sexo e nem a idade, antes da confirmação.
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Em entrevista à repórter Mônica Ermírio para o programa Fique Alerta, da TV Pajuçara, o enfermeiro da área técnica de vigilância das arboviroses da Sesau, Lázaro Oliveira, explicou que não existe um prazo pré-estabelecido para conclusão da investigação, no entanto, o trabalho está sendo feito para que seja terminado o mais rápido possível.
“Os sintomas são parecidos com os da dengue, é uma arbovirose transmitida por outro tipo de mosquito, o maruim, que possui outros comportamentos, mas algumas prevenções são semelhantes. Por exemplo, o uso de vestimentas que cubram a pele e mosquiteiros. Eles ficam em lugares úmidos, plantações de banana, etc”, detalhou Lázaro.
O enfermeiro contou que ainda não existem evidências que comprovem a eficácia de repelentes contra o maruim, mas que servem para prevenir o Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya.
“Um caso negativo de dengue se torna suspeito de oropouche, mas nem todo caso que for descartado vai se tratar disso. Existem alguns fatores que podem causar um falso negativo, como o tempo de coleta”.
Panorama da doença em Alagoas
Até o momento foram registrados 115 casos de Oropouche em 2024 no estado, dos quais 114 são de alagoanos e um de uma pessoa de outro estado que testou positivo em Alagoas. Todos foram confirmados por meio do exame de biologia molecular, realizado pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL).
O município de Palmeira dos Índios segue com o maior número de registros, com 94 confirmações (82,46%). Tanque D’Arca contabilizou quatro casos (3,51%), Viçosa, três casos (2,63%), Estrela de Alagoas, Japaratinga e Maceió com dois casos (1,75%). Já Arapiraca, Atalaia, Coruripe, Igaci, Murici, Porto Calvo e União dos Palmares apresentam um cada.
Existe, até agora, apenas um óbito em investigação, proveniente da capital, de acordo com informações repassadas pela Sesau.
Sintomas
O principal vetor de transmissão da doença é o inseto popularmente conhecido como maruim. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus continua no inseto por alguns dias, que transmite a doença ao picar alguém saudável.
Os sintomas são dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia, ou seja, parecidos com os da dengue.
Estudos científicos indicam a possibilidade significativa de que o vírus Oropouche possa ser transmitido de gestantes para os fetos e cause a perda dos bebês. Portanto, mulheres grávidas devem adotar recomendações extras, como a proteção das residências com redes de malha fina nas portas e janelas, além do uso de mosquiteiros nas camas.
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