O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) desencadeou uma ação emergencial que mobiliza uma força tarefa composta por pesquisadores de Brasília, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte e Recife, especialistas em risco geológico.
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Desde a semana passada, acompanhados pela Defesa Civil do município de Maceió, eles estão percorrendo o bairro Pinheiro e seus arredores, conversando com moradores e vistoriando ruas, casas e prédios em busca de evidências de movimentação de massa.
Os primeiros registros desse fenômeno que causou afundamento de ruas e fissuras nos imóveis do bairro começaram após chuva em fevereiro e um tremor de terra em março, que foi sentido por moradores do bairro.
Assustados, eles acionaram a Defesa Civil, que entrou em alerta e recomendou aos moradores a desocupação de casas e prédios que apresentaram fissuras nas paredes e estão comprometidos.
“Estamos apenas começando a investigação.
É um bairro inteiro que apresenta indícios de movimentação de massa. Esse trabalho em campo de coleta de dados é essencial. Vamos fazer uma análise minuciosa e indicar para a Defesa Civil qual é o grau de risco dos pontos mapeados e quais precisam ser monitorados”, explica Thales Sampaio, assessor da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial, que esteve em Maceió.
Sampaio destaca que a CPRM está levantando uma série de informações sobre a geologia, incluído, geotécnica, hidrogeologia, estratigrafia e estruturas geológicas antigas e recentes (neotectônica). “Analisar e compreender de um ponto de vista sistêmico todas as informações integradas irá auxiliar os pesquisadores na etapa seguinte, que é realizar o levantamento em detalhe com métodos geofísicos GPR e eletro-resitividade”.
“Ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação pela complexidade do fenômeno. Todas as hipóteses estão sendo avaliadas. Só depois dessa avaliação criteriosa é possível prever qual tipo de intervenção deve se feita no bairro”, afirma Sampaio.
Sandra Fernandes, chefe da Divisão de Geologia Aplicada, que também está em Maceió levantando dados e evidências de movimentação de massa, conta que a equipe está mapeando e delimitando os pontos e abrangência das fissuras para informar à Defesa Civil quais devem ser monitorados.
Ela afirma que nos próximos dias especialistas da CPRM em geofísica desembarcam na cidade para ajudar na investigação. “Esse diagnóstico inicial vai indicar quais equipamentos e métodos de geofísica são apropriados”. A pesquisadora adianta que serão feitas varreduras rasas e profundas no subsolo do bairro para verificar se existem e onde estão localizadas zonas de fratura.
O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Dinario Lemos, diz que a presença dos pesquisadores da CPRM na cidade tranquiliza os moradores e contribui para solucionar o problema. “Quando surgiram os primeiros relatos dos moradores a CPRM enviou dois especialistas. Com o agravamento da situação fomos a Brasília pedir ajuda e a CPRM prontamente nos atendeu”, afirma.
Lemos conta que se reuniu com o diretor-presidente da instituição, Esteves Colnago, e com o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial, Antônio Carlos Bacelar, para explicar a gravidade da situação. “O diretor Bacelar esteve em Maceió para ver de perto o problema e prontamente articulou essa força tarefa que está na cidade para nos ajudar a decifrar esse fenômeno”.
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