Série especial: Cria da base do CRB, Otávio é um dos melhores volantes do Brasil

Publicado em 05/06/2016, às 11h00

Por Redação

Otávio tem muitos motivos para comemorar nesta temporada. O volante alagoano foi eleito o melhor jogador do Campeonato Paranaense defendendo as cores do Atlético, clube pelo qual atua desde os 14 anos de idade. No seu terceiro ano como profissional, o atleta figura como um dos destaques do time principal e já caiu nas graças do torcedor do Furacão.

A força na marcação e a técnica na saída de bola se tornaram artifícios obrigatórios no chamado “volante moderno”. Meia ofensivo, ainda quando atuava no infantil do CRB, Otávio aproveitou a eficiência nos passes para se transformar em um dos melhores volantes do Brasil. Na posição, ele é considerado uma das revelações do cenário nacional nos últimos anos.

Com Alagoas na lembrança, o garoto deseja retornar ao estado profissionalmente um dia. Mas, ele ainda tem o sonho de conquistar o mundo, vestir a camisa da Seleção Brasileira e representar os alagoanos em uma Copa do Mundo. Otávio conversou com o portal TNH1 e é o primeiro entrevistado da série “Nossos Craques”.

Veja a entrevista com Otávio na íntegra:

Portal TNH1: Quando você viu que estava no caminho para ser jogador de futebol?

Minha vida sempre foi voltada para o futebol. Até quando estudava, que era mais novo, sempre jogava futsal. Terminei o ensino médio, mas meu foco sempre foi o futebol. Coloquei em mente que era o meu sonho e fui atrás dele.

Você já foi jogador da base do CRB. Como era naquela época? Já desempenhava a função de volante ou chegou a atuar em outra posição?

Trabalhei com o professor Guilherme Farias, no infantil do CRB, foram cinco anos de clube e apesar de ser volante atualmente, não era a posição em que atuava no time naquela época. Eu era um meio-campista ofensivo, não tinha responsabilidade de marcar, sempre jogava para frente, buscando o gol. No Atlético-PR, os treinadores cobraram minha evolução defensiva. Como o futebol no sul é aquele jogo mais “pegado”, tive que correr mais, marcar mais, ter um posicionamento tático, e acabei me tornando um segundo volante. Sou um volante que tem a qualidade na saída de bola, no passe e desenvolvi a minha força física.

Algum momento te marcou jogando no infantil do Galo?

Em dezembro tinha o torneio do SESI, que era a última competição da temporada, na época do Natal, e sempre competimos bem. Como eu era garoto e conhecia apenas Maceió, outro momento que me marcou foi às viagens para São Paulo, Goiás e Espírito Santo, para disputarmos as competições nacionais.

Otávio, você foi cedo para Curitiba. Como surgiu a proposta do Atlético-PR?

Cheguei ao Atlético-PR com 14 anos de idade. Vim através do Marcelo Portela, que sempre observava os jovens e indicava para fazes testes nos clubes fora de Alagoas. O Atlético-PR precisava de um meio-campo para o infantil e o Marcelo achou que eu era a pessoa ideal. Fiquei um mês sendo avaliado, o clube gostou do meu futebol e acabou me contratando. Assim, iniciei a minha história dentro do clube, onde são sete anos que represento essa camisa e agradeço a Deus e ao Marcelo que me deu essa oportunidade.

A estrutura do Furacão inveja muitos clubes grandes no Brasil. Como foi a sua formação dentro do clube? Existe um padrão de jogo que o clube prega desde os juniores?

O Atlético-PR nos dá todas as condições possíveis para trabalharmos com qualidade. É um clube grande que nos oferece não só a formação de atleta, mas também de ser humano. Nos ajuda a crescer profissionalmente e não é a toa que revela muitos jogadores para o cenário mundial. Sobre o padrão, cada técnico tem as suas convicções táticas que queira exercer. Mas já faz um tempo que o Atlético-PR tem uma característica de jogo, a base vem aperfeiçoando e trabalhando os atletas para quando chegar ao profissional já esteja adaptado à forma e ao estilo de jogo do clube.

Qual o primeiro jogo como profissional?

Foi em 2014, pela estreia do Campeonato Paranaense daquela temporada. O clube resolveu dá oportunidade para a galera que estava na base e empatamos por 0 x 0 contra o Prudentópolis-PR.

Apesar dos poucos 22 anos, você foi um jogador que logo se destacou na equipe. A que você atribui esse início de carreira promissor?

Coloquei Deus na frente de tudo. Sempre procurei evoluir focado no que eu queria, o clube me ofereceu a estrutura e aconteceu tudo como tinha determinado. Sigo trabalhando firme e forte para manter o bom momento.

Você é um volante que se destaca pelas roubadas de bola, principalmente no último brasileiro. É algo que você sempre aprimorou tecnicamente?

Os professores com quem trabalhei na base do Atlético-PR cobravam bastante para que eu marcasse. Eu deixei um pouco de treinar a parte técnica e foquei principalmente na minha marcação. Fui aprimorando até virar um volante marcador que tinha um bom passe, onde quando tivesse a posse de bola demonstraria tranquilidade para sair jogando.

Como você joga atrás fica difícil fazer gols, por exemplo, nesta temporada você só tem um gol marcado. Mesmo assim não deixa de ser um volante moderno, que ataca quando precisa. Atualmente, você tem liberdade para ser mais ofensivo ou fica preso taticamente no esquema do Paulo Autuori?

O professor sempre nos dá liberdade para criarmos dentro de campo, ser aquele elemento surpresa, mas claro que temos as nossas responsabilidades defensivas. É óbvio que todo atleta quer sempre fazer gols, mesmo que não esteja dentro da nossa característica. O objetivo principal é ajudar a equipe sair com a vitória e estou feliz desempenhando o meu papel dentro do esquema tático.

Você foi eleito o melhor jogador do Campeonato Paranaense desta temporada. Acha que vive o seu melhor momento da carreira?

Em 2014, quando eu subi para o profissional e disputei o primeiro estadual, fui eleito o melhor jogador da minha posição no torneio. No ano passado, fui considerado um dos melhores volantes do Campeonato Brasileiro e destacado no cenário nacional. Mas, com certeza, em 2016, está sendo o melhor ano da minha vida, onde fui escolhido não só como o melhor volante, mas também o craque do campeonato estadual. Estou feliz, porém sei que tenho que evoluir muito, porque pretendo ser destaque não só no Brasil, mas também no futebol mundial.

Pelo que você tem demonstrado, já é um excelente candidato de chegar à seleção brasileira. A Copa 2018 está chegando, você espera ser convocado?

Meu objetivo é desempenhar o melhor trabalho no meu clube, e consequentemente, chegar à seleção brasileira. Representar o país é o sonho máximo de todo atleta de futebol. Independente de qualquer competição, podendo ser Copa do Mundo ou Olimpíadas, eu espero vestir a amarelinha.

Nesta semana aconteceram alguns rumores sobre o interesse da Inter de Milão em te contratar. Existe esse contato e como está a sua cabeça em relação a isso?

Eu vi as matérias que saíram na imprensa. Conversei com os meus empresários, afinal são eles que cuidam dessa parte extracampo. Independente do que aconteça, se for para sair ou ficar, eu estou feliz no Atlético-PR. Deixo nas mãos das pessoas que estão responsáveis pela minha carreira para eu decidir o meu futuro. 

Mas jogar na Europa é algo que você tem em mente neste momento?

Todo jogador brasileiro também sonha em atuar por um grande clube europeu. É algo que eu penso, pois sei que vou crescer e tenho o desejo de marcar meu nome nessas grandes equipes da Europa. Mas, como falei, estou feliz no Furacão. Porém, ninguém sabe o dia de amanhã.

Claro que é cedo pra falar, mas você tem desejo em atuar profissionalmente no futebol de Alagoas, não agora, mas em um futuro?

Iniciei a minha carreira no CRB, e mesmo não tendo atuado profissionalmente, tenho vontade de voltar e representar o Galo. É algo que imagino numa possível parte final da minha carreira, porém quero retornar bem fisicamente, para ajudar a equipe.

*Estagiário sob supervisão da editoria

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