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Serial killer de bebês: enfermeira é condenada a prisão perpétua por matar 7 recém-nascidos

O Globo | 05/07/24 - 15h58
Reprodução

A enfermeira britânica Lucy Letby, já condenada à prisão perpétua por matar sete recém-nascidos, foi sentenciada nesta sexta-feira (mais uma vez) a ficar o resto da vida na cadeia. Ela foi declarada culpada na última terça pela tentativa de assassinato de outro bebê — sua oitava vítima — no hospital onde trabalhava. Com a nova sentença, o jornal The Guardian afirma que a serial killer acumula 15 penas perpétuas.

Ao fim do julgamento, que durou um mês, os jurados concluíram que Lucy Letby, de 34 anos, tentou matar 'Baby K', uma menina prematura que estava na unidade de terapia intensiva do Hospital Countess de Chester, no noroeste da Inglaterra, em fevereiro de 2016.

Nesta sexta, após ler a sentença, o juiz James Goss KC determinou que os agentes levassem a condenada às celas do tribunal. Foi quando ela se dirigiu ao magistrado, com as palmas das mãos viradas para ele e afirmou: "Sou inocente".

Segundo o Guardian, parentes da oitava vítima de Lucy Letby estavam no tribunal no momento da leitura da sentença e ficaram "chocados" com a reação da enfermeira.

Um consultor sênior flagrou o momento em que Lucy Letby tentava fazer outra vítima no hospital onde trabalhava.

Na abertura do caso, o promotor Nick Johnson alegou que a ex-enfermeira foi "praticamente pega em flagrante" por um consultor sênior quando os níveis de oxigênio da pequena estavam caindo.

A criança estava conectada a um respirador e a um monitor cardíaco e de saturação de oxigênio, com alarmes para alertar sobre qualquer irregularidade.

Mas o consultor pediátrico Ravi Jayaram entrou na unidade neonatal e viu Letby em pé ao lado da bebê quando seus níveis de oxigênio caíram sem que o alarme soasse.

— Não só isso, mas Lucy Letby não estava fazendo nada — acrescentou o promotor, ao júri. — Sugerimos que o fato de Lucy Letby não estar fazendo nada e o fato de os alarmes não terem soado são evidências que permitem concluir que foi Lucy Letby, a assassina condenada, quem removeu o tubo [de respiração].

A menina foi transferida para um hospital especializado no mesmo dia, por ter nascido extremamente prematura. 'Baby K' morreu três dias depois, embora o Ministério Público não tenha acusado Letby pelo óbito da bebê.

Em agosto de 2023, a enfermeira havia sido condenada à prisão perpétua por matar sete recém-nascidos prematuros e por tentar tirar a vida de outros seis no mesmo hospital, entre 2015 e 2016.

Esses atos a tornam a maior assassina de crianças na História moderna do Reino Unido.

No final deste primeiro julgamento, o júri não tinha chegado a um veredicto sobre outras seis tentativas de assassinato das quais ela era acusada, incluindo a de 'Baby K', o que motivou este novo processo. Letby negou a acusação de tentativa de homicídio.

Seu advogado, Ben Myers, disse que "as provas não apoiam o que é alegado".

Lucy Letby, que insiste em sua inocência e cujos motivos para os crimes nunca foram esclarecidos, não tem possibilidade de apelar contra a sentença de prisão perpétua, conforme determinaram os tribunais britânicos no final de maio.