O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) já começa a obter espaços na mídia nacional, a partir da condição de relator do Projeto do Desenrola no Senado, a exemplo do espaço de uma página na edição desta quarta-feira na “Folha de São Paulo”, um dos principais veículos de comunicação do país, com entrevista em que cobra das instituições financeiras mais responsabilidade na concessão de crédito.
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O parlamentar alagoano cita um exemplo das causas do superendividamento do brasileiro:
“Acho interessante fazer com que o cidadão volte ao mercado de consumo, reaqueça a economia, viva com dignidade. Não adianta só colocar a culpa no consumidor porque em muitas situações também se tem uma grande irresponsabilidade ao conceder o crédito. Como é que uma pessoa que recebe um salário mínimo tem um limite no cartão de crédito de R$ 12 mil? Quem se endivida na primeira parcela já não consegue mais pagar as demais porque os juros são de 400%.
Sobre a necessidade de alterar o texto aprovado na Câmara dos Deputados, Rodrigo Cunha revela à “Folha”:
“Eu faço um recorte regional. Quando pego meu estado, Alagoas, verifico que 44% das pessoas negativadas estão nessa situação porque devem para a companhia de água e energia elétrica. Em Santa Catarina, esse número é de 4%. Então, vou tentar puxar muito mais a atenção para a renegociação dos serviços básicos. Tem todo um trabalho de sensibilização [com as empresas], mas também de mostrar alguns atrativos para que isso se torne realidade.”
O senador opina também sobre o parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito:
“O que falta, no meu ponto de vista, é as pessoas saberem utilizar bem esse instrumento. As parcelas permitem que as pessoas adquiram principalmente eletrodomésticos, como geladeira e fogão. É também necessário para o setor de varejo, o modelo de negócio é formado em cima disso. Para muitas pessoas, infelizmente o cartão em si acaba sendo uma extensão da renda. Quando isso acontece, ela passa a comprar todos os itens, desde a feira do mês ao combustível. Um mês que tiver desnível, não vai conseguir honrar mais [o pagamento].”
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