O empresário William Rogatto disse em depoimento à CPI de Manipulação e Apostas, no Senado, que jogos do Palmeiras foram manipulados no Campeonato Brasileiro de 2023. Ele não apresentou provas.
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Rogatto afirmou que apostou em jogos e ganhou dinheiro com eles. Mas não disse quem supostamente estava operando ou manipulando as partidas.
"Todos os jogos que eu vi que estavam acontecendo, que o Botafogo vinha desestruturado, e o Palmeiras, todos os jogos que eu fiz no Palmeiras eu ganhei. Resultados. Informação corre. Informações chegam, muitas das vezes porque jogador não consegue segurar a boca: 'Hoje vai ter um resultado ali, tal time vai ganhar e vai tomar uns gols aí'. Eu sou supostamente um apostador, não só de esquema de manipulação. Eu amo apostar. Alguns jogos que eu fiz ganhei, porque tinha a informação. Eu colocava e dava bom. De onde vinha a informação? Não sei. Quem estava fazendo? Não sei. Eu só sei que eu ganhava."
Além disso, William Rogatto assumiu ser o chefe de um esquema de manipulação que rebaixava times e ganhava dinheiro manipulando o mercado de apostas.
Ele foi ouvido pela CPI justamente por ter o esquema descoberto, sobretudo, no campeonato do Distrito Federal. Rogatto e jogadores ligados a ele foram alvo de operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Rogatto não apresentou provas, mas disse que membros da CPI poderiam encontrá-lo em Portugal, onde se refugia para não ser preso.
Ele explicou que o esquema dele era colocar jogadores em clubes em dificuldade financeira e, a partir daí, gerar dinheiro com apostas.
Rogatto afirmou que contava com uma rede de jogadores, mas não deu nomes de ninguém. E que sabia da existência de movimentos na Série A do Brasileirão. O que ele disse sobre John Textor e o Palmeiras?
"Vocês falaram do John Textor, não é? Não sei as provas que John Textor tem, tá? Mas uma coisa eu posso falar: as pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele nesse campeonato, e as pessoas falam que não. Não estou aqui para te enfrentar, Leila [Pereira, presidente do Palmeiras], não quero te enfrentar jamais, não estou falando que você fez ou não, está bom? Mas eu te garanto que o John Textor não está totalmente errado. Mas, enfim, é só para você entender a dimensão que está o futebol, cara. Entende? Chamam de louco, mas ele não é tão louco assim", disse ele, que emendou:
"Vou deixar entrelinhas. Esses são grandes. Eu não posso enfrentar a Leila. Não posso vir aqui enfrentar a Leila. Não vou enfrentar. Isso é loucura. Não vou enfrentar o presidente do São Paulo", esquivou-se.
O empresário foi indagado diretamente sobre o clássico entre Palmeiras e São Paulo, que terminou 5 a 0 para o lado verde. Mais uma vez, recorreu a uma percepção -sem apresentar provas.
"É só opinião minha, tá? Está nitidamente, é só você olhar os gols. Pode não ter acontecido nada, mas é minha opinião. Eu confesso, apostei, de repente ainda tenho alguns bilhetes que posso te mandar, e eu ganhei. Muitas das vezes, os presidentes podem ser vítimas desinteressadas. Às vezes, dois jogadores desestruturam totalmente um jogo".
O que mais ele falou sobre a própria atividade:
- Rei do rebaixamento
"Eu rebaixei 42 clubes do Brasil. Eles falam que eu sou o rei do rebaixamento. É por causa da prática. Eu não tenho interesse nenhum em subir time se eu posso ganhar dinheiro com ele caindo".
- Como começou
"Eu iniciei no Campeonato Paulista em 2009. Estava com dificuldade financeira. Eu pego o time com dificuldade, que não tem dinheiro. Eu vinha, pegava uma agência de atletas e falava para os jogadores que eles tinham que ganhar comigo, porém eles tinham que facilitar os jogos para mim. Eu fiz na Série A2. Não vou falar qual é o clube".
- Abordagem de dirigentes
"Eu entrava nos clubes. Enganava alguns. Alguns compactuavam comigo. Como? Me dá R$ 30 mil, R$ 40 mil, R$ 50 mil e você pode fazer o que quiser com meu clube. Se eu puder fazer dinheiro e cair o seu time, problema é seu".
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