A Polícia Militar de Alagoas afastou, nesta quinta-feira (17), os seis policiais envolvidos na perseguição que terminou com a morte de dois adolescentes, em Colônia Leopoldina, no interior de Alagoas. O caso foi registrado na noite do último domingo (13). Os adolescentes foram identificados como Walison de Lima e Jonatas, de 16 e 15 anos.
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O afastamento dos policiais atendeu a um pedido feito pelo Ministério Público Estadual (MP-AL). O órgão começou a acompanhar o caso após familiares dos adolescentes alegarem que eles não possuíam envolvimento com atividades ilícitas e que trabalhavam cortando cana.
As alegações das famílias de Walison e Jonatas vão na contramão do que dizem os PMs, que relataram que a perseguição aconteceu após populares denunciarem a presença de dois homens tentando efetuar assaltos no centro da da cidade. Os PMs também disseram que um dos adolescentes teria atirado contra a viatura durante a perseguição, provocando a reação dos policiais.
Em entrevista ao TNH1, a promotora Francisca Paula de Jesus Lôbo Nobre Santana, designada para acompanhar o caso, disse que a corregedoria instaurou um procedimento para investigar a conduta dos PMs.
"Estamos acompanhando o caso. Eu tomei conhecimento na segunda-feira, 15, e liguei imediatamente para o delegado, que me disse que havia instaurado um inquérito. Os pais das vítimas já foram ouvidos pelo delegado e por mim também. Também ouvi uma prima dos adolescentes, e expliquei aos familiares que tudo seria feito de acordo com a lei, para que se resulte em Justiça. Eu também liguei para o comandante do policiais envolvidos, que imediatamente comunicou o fato à corregedoria e instaurou um procedimento interno. Eu também pedi o afastamento dos policiais, que foi aceito. Saiu nesta quinta-feira o ato de afastamento deles", disse Francisca Paula.
A promotora ainda explicou que o Ministério Público Estadual também vai designar uma rede de apoio aos familiares dos adolescentes, que contará com assistentes sociais e psicólogos.
"O inquérito ainda está em aberto, pois tem um prazo maior e não tem nenhum réu preso. Estão sendo ouvidas todas as testemunhas deste caso. Eu combinei com os familiares dos adolescentes, principalmente com os pais, para que eles sejam levados ao Ministério Público na próxima terça-feira, onde eles serão assistidos pelo CRAS, assistente social e psicólogos. Também vamos ver se eles aceitam acompanhamento dessa rede", completou.
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